‘Mauricio de Sousa: O Filme’ acerta ao retratar o sonho por trás da Turma da Mônica
Longa-metragem celebra os 90 anos do quadrinista com emoção, humor e nostalgia
Cine R7|Maria Cunha

Mais do que uma biografia, Mauricio de Sousa: O Filme, que estreia nesta quinta-feira (23) nos cinemas, é uma carta de amor à imaginação. Misturando realidade e fantasia, o longa celebra os 90 anos do criador da Turma da Mônica com humor, emoção e muita nostalgia — um presente para quem cresceu folheando os gibis que marcaram gerações.
Com 90 minutos de duração, o filme faz um recorte sensível da trajetória de Mauricio, desde a infância curiosa até o reconhecimento nacional. A narrativa avança em ritmo constante, fluida e encantadora, mas em alguns trechos poderia se demorar um pouco mais nas conquistas e nos bastidores do sucesso.
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Ainda assim, é compreensível: condensar uma vida tão longa e produtiva em pouco tempo é um desafio, e a direção de Pedro Vasconcelos (Dona Flor e Seus Dois Maridos, 2017) opta por manter o foco na emoção e na leveza, uma escolha acertada para o tom geral da obra.
“Eu queria descobrir mais sobre a história do Mauricio, mas, principalmente, queria que o Brasil soubesse mais sobre ela. Estudando sua história, percebi que é uma verdadeira lição de vida para todos nós”, afirmou Pedro em entrevista ao R7.
A magia acontece especialmente nos momentos em que Mauricio interage com seus próprios personagens, como nos clássicos CineGibi. São cenas que resgatam a sensação de infância preservada com carinho por tantas pessoas.
As vozes originais da Turma da Mônica reforçam a nostalgia e o senso de familiaridade, fazendo com que cada aparição soe como o reencontro com velhos amigos. Nesse sentido, a trilha sonora também se destaca por amplificar essas emoções e guiar suavemente a transição entre memórias e imaginação.

As atuações contribuem diretamente para o tom afetuoso da narrativa. Diego Laumar, como Mauricio na infância, brilha ao transmitir inocência e curiosidade na medida certa. Mauro Sousa, filho do quadrinista, impressiona tanto pela semelhança física quanto pela naturalidade com que representa o pai.
“Meu objetivo, acima de tudo, era contar essa história com muita verdade e criar um personagem que não fosse uma caricatura. Tive que entrar em contato profundo com o meu pai dentro de mim, com as minhas memórias e com o que ele representava para mim antes de qualquer coisa”, conta Mauro.
Já Emílio Orciollo Netto e Elizabeth Savalla, nos papéis de pai e avó do artista, dão vida a figuras amorosas e inspiradoras, fundamentais não apenas na formação de Mauricio, mas na própria carga emocional do filme.

Visualmente, o longa acerta ao traduzir o universo dos quadrinhos para a linguagem cinematográfica, apostando em ações propositalmente exageradas — marca registrada da Turma da Mônica. O humor, os gestos ampliados e a estética lúdica ajudam a manter a fidelidade à essência das histórias em papel, agora reimaginadas para a tela.
No fim, Mauricio de Sousa: O Filme é uma homenagem emocionante a um homem que nunca deixou de sonhar. Para os fãs, é um prato cheio de referências, lembranças e afeto. Para quem está conhecendo agora o universo criado por ele, é uma bela introdução a um legado que continua vivo — e que, assim como seus personagens, não envelhece jamais.
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