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'Nada de Novo no Front' emociona, leva a reflexão e oferece um olhar realista de quem luta uma guerra

O longa concorre a nove estatuetas do Oscar 2023, incluindo Melhor Filme e Filme Estrangeiro, e deve levar algumas

Cine R7|Adriana Amaral, do R7

Felix Kammerer como Paul Bäumer em 'Nada de Novo no Front'
Felix Kammerer como Paul Bäumer em 'Nada de Novo no Front' Felix Kammerer como Paul Bäumer em 'Nada de Novo no Front'

A batida do som arrepia e desperta o medo, a palheta de cores sóbrias não deixa espaço para o riso e o cenário cinza é o retrato do caos. Em quase duas horas e meia de filme, é impossível relaxar diante da tela. Parece ruim, mas é muito bom!

Nada Além do Front conta a história de um grupo de amigos, adolescentes, que escolhem se alistar no exército alemão para lutar na Primeira Guerra Mundial, em 1917, iludidos pela propaganda desleal e massificante do governo daquele país. Com promessas de que voltariam para casa como heróis patriotas, os jovens soldados partem felizes e animados para o campo de batalha, mas logo de cara, se deparam com a fome, o frio, a violência crua e a morte, quase sempre sem saída, das trincheiras.

Paul Bäumer, interpretado pelo excelente ator, Felix Kammerer, é o personagem principal, e é através da ótica dele, que o telespectador enxerga a guerra. Uma batalha diária e sem tréguas para enfrentar o pavor, o cansaço, a perda do sentido de humanidade, a sanidade mental, e claro, a luta pela sobrevivência.

Há de se destacar também a ótima atuação de Albrecht Schuch, que interpreta Kat, um soldado mais velho, que se torna o parceiro inseparável de Paul. Apesar da brutalidade do roteiro, (sim, as cenas são brutais) juntos, em alguns momentos, eles conseguem trazer ternura, emoção e até diversão à história. Mas não se iluda, são apenas pequenas pitadas, diante de um lamaçal de sangue, tiros, massacres e horror por todos os lados. O filme chega a ter certa calmaria em determinadas cenas, mas logo a atmosfera tensa, angustiante e até claustrofóbica surge para tirar o fôlego do espectador.

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Se não fosse pela história que se justifica, daria até para dizer que se trata de um filme de terror, tamanha a quantidade de cenas fortes, ou melhor, sangrentas mesmo. O diretor faz questão de mostrar, de perto, a cerra que corta o membro, a perna amputada pela bomba, a espada que assassina o soldado. Uma forma de se fazer entender os motivos pelos quais o protagonista vai, aos poucos, perdendo a fé e a sanidade. E funciona!

O contraste gigante, fica por conta dos hipócritas comandantes de guerra. Em seus castelos, com roupas limpas, empregados e jantares requintados, regados a vinhos e outras bebidas caras, eles jogam o jogo, confortavelmente à distância, enquanto milhares morrem, todos os dias, sem ao menos saber exatamente o porquê. Foram mais de 3 milhões de soldados mortos que ficavam presos às trincheiras e quase não avançaram.

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Nada Além do Front emociona, leva a reflexão e oferece um olhar mais realista do ponto de vista de quem luta, no corpo a corpo, uma guerra.

Um primor em termos técnicos. Maquiagem impecável, figurino idem, fotografia e atuações envolventes.

O longa, dirigido pelo alemão Edward Berger, concorre a nove estatuetas do Oscar 2023, incluindo Melhor Filme e Filme Estrangeiro, e em minha humilde opinião, deve levar algumas.

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