Novo ‘Frankenstein’ escancara o horror que existe em cada um de nós
Filme do cineasta Guillermo del Toro é um retrato sensível e arrebatador da humanidade como ela é
Cine R7|Yara Ferraz
Personagem que entrou para a história dos filmes de terror e já está definitivamente no imaginário popular, Frankenstein ganha mais uma adaptação cinematográfica, que estreia no streaming nesta sexta (7). O experiente diretor Guillermo Del Toro consegue trazer uma versão diferente do ‘monstro’, cheio de humanidade e questionamentos, dentro de uma história coesa.
O enredo, baseado na obra literária de 1818 da autora Mary Shelley, um dos maiores clássicos da literatura gótica, fala da obsessão do cientista Victor Frankenstein pela criação de um experimento ousado: conseguir provar que um corpo morto consegue retornar à vida.
Veja também
Oscar Isaac (de Star Wars e Duna) vai muito bem no papel e o recurso do flashback ajuda a compreender as frustrações desse personagem tão complexo.
Porém, o grande destaque do longa é Jacob Elordi como a ‘criatura’. Mesmo embaixo de uma maquiagem pesada, que é totalmente diferente das outras versões de Frankenstein, ele consegue expor a vulnerabilidade do ser que acabou de ‘nascer’ neste mundo e precisa conviver com uma sociedade egoísta, implacável e que não aceita o diferente. Em diversos momentos, nos perguntamos quem afinal é o monstro?
Dono de uma grande força física, o personagem traz a dualidade de também tentar ser gentil e entender o seu lugar no mundo. E o ator dá conta do recado. Um papel totalmente diferente de outros trabalhos de Elordi, que em nada lembra o vilão Nate Jacobs na série Euphoria.
Vale destacar Mia Goth (de X e Pearl) e David Bradley (Pinóquio e Doctor Who), que são presenças marcantes no longa com personagens que fazem uma “ponte” entre a criatura e a vida real. Christoph Waltz (Bastardos Inglórios e Django Livre) e Charles Dance (The Crown e Game of Thrones) também estão no filme chegou hoje à Netflix.
Em duas horas e meia de filme, alguns momentos podem parecer mais lentos, ainda mais com uma cena de abertura poderosa na qual conseguimos ver a força dos cenários grandiosos e uma sequência de ação de tirar o fôlego. Porém, os diálogos são essenciais para o envolvimento com a história e o elenco carismático dá conta do recado.
O resultado pode ser frustrante para quem espera um filme de horror, mas a grandiosidade do épico gótico e um trabalho primoroso de direção passam longe da decepção.
A adaptação é tocante, bonita e questionadora, trazendo uma reflexão sobre a maldade humana, mas também sobre a esperança de despertarmos o melhor em cada um de nós.
✅Para saber tudo do mundo dos famosos, siga o canal de entretenimento do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp