‘Sonic 3′ tenta inovar franquia, mas cai em fórmula repetitiva para agradar fãs nostálgicos
Com duas cenas pós-créditos, terceiro longa deixa fãs ansiosos por uma nova sequência
Cine R7|João Acrísio*
Após o sucesso de seus dois primeiros filmes, o ouriço azul está de volta aos cinemas: Sonic 3 - O Filme estreia nesta quarta-feira (25) para encerrar sua trilogia. Com o elenco de peso já presente nos outros longas, como Idris Elba (Knuckles), Ben Schwartz (Sonic) e Jim Carrey (Dr. Robotinik); o filme acrescenta Keanu Reeves (Shadow) para interpretar o tão aguardado antagonista.
Usado como experimento do governo e congelado por 50 anos após perder sua melhor amiga humana, Maria, Shadow é uma versão sombria do ouriço azul. Onde Sonic encontrou família e amigos, ele só encontrou perda e dor.
O ouriço busca vingança pela morte da única amiga que já teve e é o grande trunfo deste terceiro longa. Uma premissa tanto séria e dramática se comparado aos outros dois filmes, feitos para serem os sucessos das férias escolares.
Apesar de ser a mesma fórmula, com um novo dilema moral a ser resolvido nos últimos dez minutos de filme, cercado por piadas e referências a cultura pop, Sonic 3 consegue aprofundar a narrativa da franquia ao tratar a história de Shadow.
Voltado para o drama, o longa tenta acrescentar novas camadas para um típico filme pipoca, mas, infelizmente, qualquer tentativa de drama ou seriedade são cortadas pelas piadas de Jim Carrey interpretando o Dr. Ivo Robotnik e o seu próprio avô, Dr. Gerald Robotnik.
Após três filmes interpretando o mesmo personagem (com direito a dose dupla neste último), o humor “singular” de Jim Carrey acaba repetitivo, apesar de momentos memoráveis pela sua atuação à la Eddie Murphy.
A repetitividade nas piadas transforma o longa em uma grande espera para aquele momento em que tudo termina e o espectador consiga respirar e se relacionar com o drama de Shadow, o que acaba acontecendo somente nos últimos momentos do filme.
Mesmo assim, Sonic 3 acaba sendo o melhor da trilogia por propor algo diferente, que acaba ofuscado pela necessidade de tornar o filme atrativo para o público mais jovem.
O último arco é o grande ápice dessa trilogia. Os fãs nostálgicos podem saborear as referências aos antigos jogos de GameCube, principalmente a trilha sonora de Sonic Adventures 2.
A cena final de Jim Carrey, também supera as expectativas de um filme voltado para o público infantil. Sua atuação, junto do desfecho dramático de seu personagem, deixa para trás as piadas caricatas feitas ao longo do filme e adiciona conteúdo para o vilão.
Apesar de marcar o fim de um arco, as duas cenas pós-créditos deixam claro a volta para um quarto filme, com dois personagens aguardados pelos fãs fazendo uma breve aparição para deixar as expectativas no alto.
*Sob supervisão de Lello Lopes
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