‘Superman’ supera altas expectativas e inaugura uma era promissora da DC nos cinemas
O longa carregado de promessas chega aos cinemas nesta quinta-feira (10)
Cine R7|Julia Pujar*

Depois de uma era frustrada nos cinemas, com um universo compartilhado bagunçado e cheio de filmes fracassados, a DC ganha uma nova chance nas telonas. Ficou a cargo de Superman a tarefa de inaugurar essa nova era. A expectativa dos fãs é enorme e o espaço para falhas era mínimo, desafios que a produção conseguiu superar brilhantemente.
No novo filme, que estreia nesta quinta-feira, o herói, que sempre foi movido pela sua crença na bondade humana e pelo dever de proteger a terra, vê suas certezas serem colocadas à prova ao enfrentar o vilão Lex Luthor e ter suas ações questionadas pela mídia.
Sem dúvidas, Superman é um dos heróis mais célebres da cultura pop. Seja com o clássico filme de 1978, a série Smallville ou a controversa versão do ator Henry Cavill, todas as gerações tiveram algum contato com o Homem de Aço. E James Gunn, diretor do novo longa e CEO da DC Estúdios, mostra que entende todos esses aspectos muito bem.
Uma das provas é que o filme toma a decisão de pular a história de origem do personagem e partir direto para um herói já estabelecido na fictícia Metrópolis. A escolha se mostra muito certeira, já que dá oportunidade para o diretor explorar outras tramas, porém têm consequências, como a necessidade do roteiro em se apoiar em diálogos plásticos e expositivos para estabelecer elementos importantes para a trama.
O ganho vem no desenvolvimento de duas frentes dramáticas: uma voltada para questões sociais e outra mais fantasiosa, com perigos megalomaníacos e participações de outros heróis. Quanto à segunda, não há grandes erros, mas também sem grandes pontos de destaque. A aventura explora bem os elementos disponíveis no universo do personagem, ao ponto de que reviravoltas que em outros cenários seriam apelativas mostram-se adequadas.
Porém, por mais envolvente que seja, a fantasia perde lugar para o quão bem trabalhada é a trama política do filme. O brilhantismo de Superman está na maneira em que lida com questões sociais e geopolíticas, principalmente ao colocar o herói como um imigrante e salvador (ou vilão) de países fictícios envolvidos em conflitos armados que remetem àqueles que ocorrem no Oriente Médio. Ainda, sobra tempo para uma muito bem posicionada reflexão sobre o papel da mídia e das redes sociais nesses cenários.
E quem melhor abraça as nuances da trama é David Corenswet. O ator dá vida a um Superman incomparável, não só pelas novidades que o personagem enfrenta, mas principalmente pelas facetas que incorpora ao herói. David traz incertezas, questionamentos morais e inseguranças ao protagonista, nítidas mesmo quando esses não são os assuntos abordados em tela.
Mesmo assim, o artista mantém a doçura e a bondade do Homem de Aço, também incorporando um lado heroico e destemido quando necessário. Não há dúvidas de que ele é o Superman perfeito.
Destacam-se também Nicholas Hoult, com um explosivo, vingativo e manipulador Lex Luthor em mais uma atuação fantástica, e Rachel Brosnahan, que traz uma Lois Lane com elementos muito familiares de outras representações, mas com um toque próprio que dá ainda mais destaque para uma personagem tão importante no universo de Superman.
E, claro, quem rouba a cena é o cãozinho Krypto, que surpreendentemente supera o papel de alívio cômico e ganha uma muito bem-vinda importância narrativa, acompanhado de um instantâneo apego emocional por parte do público.
Superman é um filme completo, além de um frescor para o cenário dos heróis nas telonas. Com momentos emocionantes, efeitos visuais magníficos e uma fotografia engrandecedora, é fácil afirmar que James Gunn acertou em seu pontapé inicial. Se a Marvel dominou as salas de cinema até agora, o estúdio aparenta ter — finalmente — encontrado um concorrente à altura.
*Sob supervisão de Lello Lopes
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