‘A Longa Marcha’ mostra que o que nos salva são os amigos que fazemos pelo caminho
Filme dirigido por Francis Lawrence chega aos cinemas nesta quinta-feira (18)
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

“A verdadeira jornada são os amigos que fazemos pelo caminho”. O velho meme serve perfeitamente de slogan para A Longa Marcha: Caminhe ou Morra, thriller baseado na obra de Stephen King que chega aos cinemas nesta quinta-feira (18).
A história se passa em um futuro distópico, com os EUA em crise após mais uma grande guerra. Para elevar o moral da nação e incentivar a economia, o governo promove e transmite na TV anualmente uma longa caminhada com 50 jovens.
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Eles precisam andar sem parar a um ritmo de 5,5 km/h, caso contrário recebem uma advertência. Após três cartões amarelos, o competidor é sumariamente executado. O último que seguir caminhando ganha, além da sobrevivência, um grande prêmio em dinheiro e a chance de realizar um desejo.
Raymond Garraty (Cooper Hoffman) é um desses garotos, para desespero da mãe. Logo no começo da caminhada ele estabelece uma relação de cumplicidade com o confiante Peter McVries (o excelente David Jonsson). E os dois percebem que juntos têm chance de ficarem vivos por mais tempo.
A relação entre os meninos, com o fortalecimento da amizade, é o grande trunfo do filme. E a escolha de Francis Lawrence para a direção é acertada, uma vez que ele carrega a experiência de trabalhar com um elenco jovem em quatro filmes da franquia Jogos Vorazes.
O elenco afiado também ajuda a criar empatia com os personagens, fazendo com que as mortes, uma a uma, sejam de fato sentidas pelo público. Falta, entretanto, um pouco mais de sustância na criação da motivação de alguns coadjuvantes.
O livro de King, lançado sob o pseudônimo de Richard Bachman em 1979, é uma clara metáfora ao extermínio de gerações e gerações de jovens em guerras inúteis — as cicatrizes do Vietnã ainda estavam muito vivas nos EUA no final dos anos 70.
Esse subtexto permanece no filme de Lawrence. Mas em 2025 ele também ganha outra leitura. A longa marcha é o retrato de uma sociedade decadente, manipulada por um déspota que sacrifica a vida desses jovens para dar à nação uma migalha de esperança de que é possível voltar aos bons tempos.

A figura do Major (Mark Hamill, em grande forma), responsável pela marcha, é central para fazer essa roda girar. Ao transformar o sadismo em projeto de governo, ele mostra o que uma sociedade dominada por gente sem freios é capaz de fazer. Um tema, convenhamos, assustadoramente atual.
É uma pena que o filme não explore mais esse aspecto. Poderia, inclusive, aumentar o impacto na virada que acontece no final. Mas ele acaba meio cansado, como se essa longa caminhada também pesasse no outro lado da tela.
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