Saiba por onde anda Cinthya Rachel, a eterna Biba do Castelo Rá-Tim-Bum
Atriz foi a primeira criança negra a estrelar um comercial de TV e conquistou o público como personagem icônica do seriado infantil dos anos 90

Cinthya Rachel era uma adolescente de 13 para 14 anos quando ficou nacionalmente conhecida ao dar vida à inesquecível Biba, no seriado infantil ‘Castelo Rá-Tim-Bum’, um verdadeiro fenômeno da TV Cultura, exibido entre 1994 e 1997, que marcou a infância de quem cresceu nos anos 90 e 2000.
Mas, a trajetória da atriz, jornalista, apresentadora e palestrante começou bem antes de entrar no universo mágico do Castelo, ao lado de Luciano Amaral (Pedro), Freddy Allan (Zeca) e Cássio Scapin (Nino).
RESUMO DA NOTÍCIA
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Em 1988, ela fez história ao se tornar a primeira criança negra a estrelar um comercial de TV no país. Na mesma época, alcançou outro feito marcante: tornou-se a primeira apresentadora infantil negra da televisão brasileira, à frente do programa ‘Cometa Alegria’, na extinta Rede Manchete.
Seu talento e sua representatividade abriram portas para uma série de outros trabalhos na TV. Além do Castelo, a menina nascida em Santos (SP) participou de novelas, minisséries e também comandou programas. Na RECORD, integrou o quadro do programa ‘Domingo da Gente’ (2001- 2006).
Há 10 anos vivendo em Buenos Aires ao lado do marido, o argentino Gastón Marano, e do filho Joaquín, Cinthya, 45 anos, atualmente se dedica exclusivamente à carreira de atriz.
Em entrevista ao blog Do Meu Tempo, a eterna Biba do Castelo Rá-Tim-Bum abriu o baú de memórias, relembrou momentos marcantes do passado e contou sobre os projetos atuais.
A primeira criança negra a estrelar um comercial de TV no Brasil
“Naquela época, eu não tinha a menor dimensão, mas vejo o reflexo disso diariamente. Mesmo após quase 40 anos, muita gente me escreve dizendo como isso refletiu na vida de meninos e meninas negros, que é ter alguém parecido com você na TV.
Eu não tive referência, porque fui essa referência. E isso é muito forte, bonito e intenso.
Todos os dias recebo depoimentos de mulheres dizendo que usavam o cabelo igual ao meu quando crianças, que eram confundidas com a menina do comercial e que se viam na TV. Acho que nunca vou alcançar a dimensão disso."
O teste ‘escondido’ para Biba
“Comecei muito nova, com apenas 6 anos, fazendo comercial. Quando fiz o teste para a Biba, eu já tinha cerca de seis anos de carreira. Na época, eu participava de um programa na TV Cultura chamado “Professor”, quando o diretor do Castelo, Cao Hamburger, me viu nos corredores da emissora e me chamou para fazer o teste.
Na verdade, a ideia inicial era que a Biba fosse pequena, com uns 8 anos, menor que o Pedro (Luciano Amaral), mas eles não estavam encontrando alguém.
O Fernando (diretor de ‘Professor’) ficou bravo e disse que queriam “roubar” a atriz dele. Fiz o teste meio escondida... e deu no que deu! No fim, ele acabou dirigindo alguns episódios do Castelo também, como o da Zula, por exemplo."
O Castelo de sonhos
“A gente foi vendo ele ser construído. Sempre foi muito mágico, mesmo sabendo que era de mentira. Era muito lindo de ver. Acho que nunca mais vou trabalhar em um estúdio como aquele, que era 360 graus, com as coisas girando, funcionando, com detalhes pintados à mão. Tanto nós, crianças, quanto os adultos ficamos encantados. O set era lindo demais.”
Sucesso atemporal
“Quando você está gravando o programa, ou qualquer outra coisa que esteja fazendo, não tem a dimensão do que aquilo vai se tornar. A gente gravava, mas nem sabia como seriam os quadros ou como ficaria editado.
O programa estreou bem, e só depois de um tempinho é que virou um fenômeno. A gente só se deu conta quando fez 20 anos do Castelo, na exposição do MIS (Museu da Imagem e do Som, em São Paulo), e aí falou: “Meu Deus, olha o que é isso.” Fazer parte da infância das pessoas é uma coisa muito mágica."
O vestido azul
“Tenho muito carinho pelas gravações externas do programa, principalmente o capítulo no Theatro Municipal (de São Paulo), em que estou de vestido azul. Eu amava aquele vestido, então esse dia foi muitíssimo marcante para mim, até porque eu não sei cantar e tive que aprender a música para cantá-la no palco do Theatro, junto com os outros atores.”
A amizade
“A gente criou uma amizade. Nos víamos todos os dias. O audiovisual é sempre intenso e você acaba virando família. Eu e o Luciano (Pedro) sempre tivemos mais contato, até porque temos idades próximas e fizemos outros trabalhos juntos.
O Fred (Zeca) era menor na época, mas hoje converso mais com ele, já que nossas idades estão mais próximas, digamos assim. Já o Cássio (Nino), só fui me tornar amiga depois de adulta, porque na época éramos crianças. Ele tinha 30, a gente 13 ou 14, então não havia como existir uma amizade. O que existia era um carinho e respeito enorme por todos. "
Risos e broncas
“Sempre foi muito engraçado gravar com o Eduardo Silva (o Bongô). Ele fazia a gente rir demais nas cenas, e acabávamos levando várias broncas por causa dele.”
O impacto além das telas
“Fazer parte de um projeto tão duradouro e que mexe com as pessoas é, com certeza, um marco na carreira de qualquer ator. Entretanto, é profissionalmente estranho, porque a presença do Castelo é tão forte que muita gente acha que você só fez aquele trabalho. Mas isso é normal, e eu guardo esse projeto com muitíssimo carinho no coração.”
Infância perdida?
“Não sei, porque essa foi a minha infância e eu não conheci o outro lado. Sou muito grata pela minha profissão. Se eu não tivesse esse trabalho, não teria visto e aprendido tantas coisas. Mas também acho que não é uma profissão para criança. Você recebe muitos “nãos”, é muito difícil, são muitas horas de trabalho.
Entendo que existam crianças com vontade, mas, às vezes, é mais o sonho dos pais do que da própria criança. É preciso pensar muito, pensar bem, e nunca parar de estudar."
A vida na Argentina
“Buenos Aires é uma cidade mais tranquila e fácil de se locomover. Se eu penso em retornar? Não. Na verdade, eu vou e volto. Fiquei dois meses e meio no Brasil gravando uma nova série para crianças e adolescentes chamada Shake Shakespeare, que passará na TV Cultura. É bem legal!"
Reconhecimento dos fãs
“No Brasil, reconhecem sim. Mas aqui na Argentina, só quando algum brasileiro me cruza na rua de vez em quando, e eu ouço um: “Cynthia!”. Foi a infância dessas pessoas, então você se torna um “irmão, primo, amigo” que entrava todos os dias na casa delas. As pessoas falam comigo como se fossem minhas amigas, porque eu sou amiga delas."
Filho nos passos da mãe?
“Vai seguir os passos que ele quiser, mas quando crescer. Como criança, tem que brincar e se divertir. Ele já faz aulas de futebol e de desenho, mas vai fazer o que tiver vontade. Não sou uma mãe que pretende levá-lo para a televisão. Deixo-o livre. Ele foi assistir a uma gravação minha em São Paulo e achou o máximo!”
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