Livro inédito conta detalhes chocantes de como Elon Musk comprou e destruiu o Twitter
Obra traz passo a passo do processo que fez da empresa de US$ 44 milhões uma plataforma falida financeiramente
“Um relato definitivo de como o homem mais rico do mundo, movido por vaidade e arrogância, tomou e destruiu a plataforma digital”, escreveu o jornalista John Carreyrou, premiado pelo livro sobre as startups do Vale do Silício, a respeito do recém-lançado “Character Limit: How Elon Musk Destroyed Twitter” (ou limite de caracteres: como Elon Musk destruiu o Twitter).
A obra, escrita por dois repórteres do jornal The New York Times, Kate Conger e Ryan Mac, conta em detalhes como o bilionário comprou a plataforma, atual X, por US$ 44 milhões, e a transformou em uma empresa à beira da falência.
Nascido em meados dos anos 2000 como um ponto de convergência entre política, cultura e jornalismo, o Twitter logo virou uma ferramenta para catapultar ideias de centenas de milhões de pessoas.
Musk entrou na plataforma em 2010 e em pouco tempo se tornou um de seus mais influentes usuários, com 80 milhões de seguidores. Mas, quando a comprou, em 2022, passou a criticar seus mecanismos, chamando-os de “vírus” e afirmando que a sobrevivência da democracia e da própria humanidade dependia do futuro do X.
O livro narra como, em janeiro daquele ano, o bilionário começou a acumular secretamente ações na empresa. Em abril, era o seu maior acionista e, pouco depois, fez uma oferta para comprá-la por US$ 44 milhões. O conselho aceitou — mas Musk mudou de ideia e o negócio só foi fechado após próprio Twitter processá-lo, em outubro.
Com riqueza de detalhes, os autores narram o funcionamento interno da empresa, a partir de relatos de funcionários, e mostram o bilionário como uma pessoa indecisa e inconstante.
Em trecho publicado no The New York Times no dia 24, Conger e Mac contam como foi a implementação do plano pago Twitter Blue, que dá direito ao selo azul de verificação, em março de 2023:
“Musk passou por períodos de suprema confiança e dúvida. O tumulto de sua aquisição foi exemplificado na forma como lidou com o Blue, que ele fechou no dia seguinte ao seu lançamento, em meio a uma torrente de críticas, mas que voltou a ser disponibilizado um mês depois. Desde então, as marcas de verificação do site tornaram-se uma mistura de identificadores pagos, gratuitos e falsos, significando pouco mais do que confusão”.
A obra, que deve ganhar edição em português em breve, pela Todavia, foi escrita a partir de mais de cem entrevistas com pessoas que trabalharam no Twitter ou para Musk. Também se baseia em documentos internos da empresa, gravações e registros judiciais. O bilionário não respondeu aos pedidos de entrevistas.
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