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Estante da Vivi

‘Não quero que minha vida seja em vão’: livro reconta história de ‘O Diário de Anne Frank’

Obra narra percurso do clássico até sua versão definitiva, partindo da empreitada de Otto Frank para publicar os escritos da filha morta

Estante da Vivi|Vivian MasuttiOpens in new window

Capa do livro 'Quero Continuar Vivendo Depois da Morte' (R$ 69,90, 288 págs, Editora Record) Divulgação/Record

No ano em que o fim da Segunda Guerra Mundial completa oito décadas, ganham destaque celebrações em memória da libertação de diversos campos de concentração — transformando a data em uma lembrança urgente dos horrores do Holocausto.

Um dos relatos mais conhecidos desse período é recontado agora em Quero Continuar Vivendo Depois da Morte - A História de Anne Frank, livro do alemão Thomas Sparr recém-lançado no Brasil pela Editora Record.

A obra narra o percurso histórico do clássico O Diário de Anne Frank (1947) até sua versão definitiva, tendo como ponto de partida a empreitada de Otto Frank para publicar os escritos da filha morta.

Eles foram produzidos por Anne durante os dois anos em que a família viveu escondida no porão de um prédio comercial em Amsterdã (entre 1942 e 1944) — antes todos serem descobertos e despachados para a morte, em diferentes campos nazistas pela Europa.


Assim como os Frank, ao menos 6 milhões de judeus foram assassinados pelos nazistas durante a Segunda Guerra.

Otto foi o único do grupo que sobreviveu e recebeu o diário mantido pela filha das mãos de Hermine “Mieg” Gies, amiga que os ajudou e quem achou o calhamaço depois que a menina teve que abandonar o local às pressas.


Quarta capa de 'Quero Continuar Vivendo Depois da Morte - A História de Anne Frank' Divulgação/Record

Ela e a irmã mais velha, Margot, morreram de tifo no campo de concentração de Bergen-Belsen, provavelmente entre fevereiro e março de 1945, com 15 e 19 anos, respectivamente.

Para além das agruras de viver confinada, sob a ansiedade constante de ser descoberta e morta a qualquer momento, Anne trata em seu diário, com humor ácido e franqueza desconcertante, de temas universais — como amor, sexualidade, conflitos internos, moralidade, guerra, medo e fé.


O inconteste talento com as palavras e a percepção do mundo a partir de um microcosmo improvável viriam colocá-la, anos depois, no cânone dos maiores autores de todos os tempos.

“Não quero que a minha vida tenha passado em vão, como a da maioria das pessoas. Quero ser útil ou trazer alegria a todas as pessoas, mesmo àquelas que jamais conheci. Quero continuar vivendo depois da morte”, diz, em um trecho.

Três versões distintas

O manuscrito que compõe o diário é, na verdade, a reunião de três volumes: um livro xadrez vermelho e branco (que inspirou capas de muitas edições) e dois cadernos escolares.

Posteriormente, a caligrafia de Anne foi verificada por um estudo forense que confirmou sua autenticidade — refutando rumores de que Otto os havia escrito.

Existem também três versões do Diário de Anne Frank, que, desde 1947, já foi publicado em mais de 40 países e traduzido para 70 idiomas.

A primeira delas é uma reunião simples dos três cadernos.

Já a segunda contém trechos que a própria Anne reescreveu durante o confinamento, na esperança de que eles fosse publicados após a guerra (sim, ela já sonhava ser escritora), além de excertos mais íntimos que teriam sido omitidos por Otto na versão anterior.

Uma versão final, então, foi lançada pela pesquisadora alemã Mirjam Pressler contendo tanto a “versão A” quanto a “versão “B. Esta é considerada a “definitiva”.

A importância da obra é tamanha que o diário foi considerado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura patrimônio da humanidade. É, sem dúvida, uma leitura obrigatória.


Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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