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Estante da Vivi

‘Nos quadrinhos, a gente se encontra’: Banca de Quadrinistas reúne fãs de gibis na Paulista; veja datas

Evento acontece no Bulevar do Rádio, em São Paulo, em 24 de novembro

Estante da Vivi|João Acrísio*, do R7

Marcados pelo legado das histórias da Turma da Mônica e do Menino Maluquinho, os quadrinhos brasileiros são ainda hoje compreendidos como produtores de conteúdo infantil — apesar da legítima e relevante colaboração na alfabetização.

Uma prova de que esse cenário está começando a mudar são eventos como a Banca de Quadrinistas — realizada pelo Itaú Cultural —, que reúne todos os meses artistas diferentes para divulgar seus trabalhos no Bulevar do Rádio, na avenida Paulista. No espaço, eles passam horas conversando com leitores e comercializando suas obras.

A Banca de Quadrinistas, no Bulevar do Rádio, em São Paulo João Acrísio/R7

Em setembro, foram convidados desenhistas como Helô D’Angelo, Paulo Crumbim e Cristina Eiko.

“A gente trabalha muito com as redes sociais e perde um pouco do tato com os leitores. São eventos como este que nos aproximam”, diz Helô.


Cristina, 47 anos, conta que teve pouco contato com outros profissionais no início da carreira.

“Queria muito trabalhar com quadrinhos, mas, como não conhecia ninguém que fazia isso, não via como uma possibilidade. O Mauricio de Sousa era muito distante da minha realidade.”


Em 2005, ela participou da equipe de animação do filme Asterix e os Vikings, onde conheceu Paulo Crumbim, 41, também desenhista, com quem se casou. Hoje, são autores da série independente Quadrinhos A2, que faz sucesso com crônicas sobre o dia a dia do casal com Pino, o cachorro dos dois.

A série independente 'Quadrinhos A2' Reprodução/Banca de quadrinistas/Itaú Cultural

A repercussão foi tão grande que a dupla foi chamada, em 2017, pela Mauricio de Sousa Produções para reimaginar o personagem Penadinho no formado de graphic novel.


Crumbim conta que, até então, escrevia e desenhava pensando nos leitores que comprariam seu quadrinho em um evento específico: “Fazia apenas 200 unidades, era meu teto, não iria reimprimir”.

E a repercussão do novo Penadinho foi uma surpresa.

“Sei que agora também estou abrindo portas para outras pessoas. Teve uma leitora que se casou por causa do quadrinho. Ela tomou a atitude de falar com quem amava graças ao nosso gibi”, diz Crumbim.

Helô, de 30 anos, foi um desses leitores. Como não sabia por onde começar, foi à Bienal Internacional de Quadrinhos de Curitiba de 2017.

“O Paulo e a Cristina foram muito importantes para mim e acho eles nem vão lembrar disso. Mas essa rede de apoio de quadrinistas me fez me sentir acolhida.”

Hoje, Helô já conquistou prêmios como o HQ Mix — principal congratulação brasileira na área — e o Carolina Maria de Jesus de Literatura.

A quadrinista Helô D’Angelo Reprodução/Itaú Cultural/Maria Ribeiro

Agora, desenvolve um projeto com o namorado, Daniel César, 41 anos, sobre o relacionamento a distância dos dois. “O Cuscuz Surpresa [novo quadrinho da dupla] fala das diferenças entre São Paulo e Salvador e de duas pessoas que têm visões, traços e referências diferentes. É um quadrinho sobre diálogo”, diz Helô.

Para ela, os gibis são um espaço de encontro com seu namorado, com seus amigos e com sua família:

“Nos quadrinhos a gente se encontra. Qualquer um pode conhecer alguém novo. Eu sempre falo ‘te vejo nas tirinhas’ porque no gibi eu me aproximo das pessoas.”

Serviço

Banca de Quadrinistas

Dias: 24 de novembro

Horário: das 11h às 16h

Local: Bulevar do Rádio (av. Paulista, 135, Bela Vista)

*Sob supervisão de Vivian Masutti

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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