Estreante em Todas as Flores fala da importância da ioga em sua vida
Flavio Ricco|Do R7 e Flavio Ricco
Cara nova no vídeo, Heloísa Honein precisou apenas de poucos capítulos para chamar atenção na nova novela do Globoplay, “Todas as Flores”, escrita por João Emanuel Carneiro. Ela integra o núcleo cômico da trama, interpretando Brenda, uma mãe solo e bastante folgada, que não estuda nem trabalha, para desespero da família. Quando vê um possível alvo, não tem cerimônia nenhuma, como aconteceu em recente sequência com Fábio Assunção, e usa e abusa da sensualidade. A personagem transita entre outros núcleos e promete aprontar muito durante a história. Antes de ser convidada para a novela, dava aulas de ioga, filosofia que tem uma grande importância em sua vida, colaborando inclusive para o seu processo de trabalho como atriz. Para Heloísa, que é constantemente confundida com Alanis Guillen, não há outro caminho, para se dar bem na profissão, que não seja a dedicação e o trabalho, conforme destaca na entrevista a seguir.
Como atriz estreante, como você está encarando este grande desafio, a novela Todas as Flores, do Globoplay?
HH - Encaro esse desafio estudando ainda mais. Quando você trabalha com uma coisa que você ama, a sua vontade de aprender mais sobre, nunca acaba, né? É assim que me sinto, quando entro lá, quando estou trabalhando, eu não sinto nem como um trabalho, porque é tão gostoso assim, tão especial... Sou tão feliz fazendo o que eu faço que me dá mais vontade, sempre. Então é uma avidez pela vida, pelo trabalho que eu tenho, que eu me matriculei na faculdade [CAL].
Eu sempre estudei [interpretação], desde os 14 anos. Parei na pandemia porque não queria fazer virtual. Agora que as coisas estão voltando, agora que estou trabalhando, eu voltei a estudar. Esse é meu maior desejo, trabalhar e estudar. São as coisas que eu amo, porque as artes cênicas se estendem para outras coisas também.
Ficou muito impressionada com o tamanho dessa produção?
HH - Tudo é muito novo e especial. É a minha primeira novela. Então, imagina, eu fiz (o curso de interpretação) Wolf Maya. Lá tinha um estúdio, mas na Globo existem vários estúdios. Muito mais pessoas. Então é tudo muito especial. Às vezes eu entro lá e sinto que meu olho brilha, porque é tudo uma primeira vez. Lembro que no primeiro dia que fui gravar, eu entrei no estúdio e ‘tava’ o cenário lá da nossa casa, a casa do Darci (Xande de Pilares). Eu olhei aquilo tudo e falei: ‘meu Deus, quantas pessoas estão envolvidas nisso!’. Pra montar esse cenário, várias pessoas, de luz, câmera, assistente de direção, figurino...
Fale um pouco sobre o início de carreira?
HH - Comecei estudando TV e cinema com Andréa Avancini. Depois eu fiz um curso livre na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras). A gente fez uma pequena apresentação. Em seguida entrei no Wolf Maya e fiquei até o Módulo 4. A gente fez uma peça com a Daniela Visco de teatro físico. Que eu me apaixonei. A gente começava as aulas com ioga. Tinha muito a ver com que eu já praticava também. Eu amo. Foi muito, muito especial porque na época eu queria virar bailarina, porque eu amei muito essa coisa do corpo, bem física mesmo. Apesar de o corpo físico ser muito além do físico.
Como é trabalhar ao lado de tantos atores renomados?
HH - Contracenar com essas feras, esse elenco, é muito especial, uma escola, né? Eu saio da faculdade, vou trabalhar. Eu sinto que estou numa escola integral. É uma troca tão grande. Eu aprendo tanto com eles. Com todos eles. Eu só tenho a agradecer realmente. É um presente divino estar nessa emissora, com essas pessoas fazendo esse trabalho, com essa personagem. Quando entrou a pandemia, e eu pratico ioga desde os meus 16 anos, eu queria aprender, saber de fato o que eu estava fazendo. E aproveitei o tempo ocioso para estudar. Eu comecei a estudar ioga. Acabei me formando e virei instrutora de ioga. Dar aula não era meu objetivo. Mas como minhas amigas, as pessoas que me conheciam, elas sempre falavam: ‘Nossa, que legal, faz ioga, me dá uma aula!’. Eu não tinha conhecimento pra isso, não tinha estudo. Depois que eu me formei, todo mundo começou a me pedir [aulas], pessoas que me conheciam. Comecei a dar aulas. Foi uma coisa muito orgânica, um movimento muito orgânico.
A ioga, então, tem uma grande importância na sua vida?
HH - Hoje em dia eu brinco que foi o melhor curso de teatro que eu poderia ter feito, que foi ter me formado como professora de ioga, porque ioga é muito intelectual, sabedoria ancestral. Você aprende muito sobre seu corpo, sobre a sua mente, sobre sua respiração. É uma ferramenta de autoconhecimento. Você entende seu corpo físico, você entende que tem seu corpo emocional, intelectual, se tem uma mente, um corpo espiritual, então é muito integrado.
Para o ator, ter esses diversos corpos trabalhados e alimentados, é muito interessante. O grande curso de teatro que eu fiz foi ter estudado ioga. Hoje em dia não penso em dar aula, não de forma remunerada. Trabalhar com a arte é meu sonho. Sou atriz. Não quero me ver passando esse conhecimento, tendo fins lucrativos com isso. Quero continuar trabalhando como atriz. Pra mim é a coisa mais especial do mundo.
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