Ex-autor da Globo está de mudança para Portugal
Flavio Ricco|Do R7 e Flavio Ricco

Depois de tantos anos trabalhando nas mais diferentes TVs, com destaque para Record, Tupi e Globo, o autor Walther Negrão está de mudança para Portugal, inclusive já em busca de um lugar, tipo sítio, para morar.
A preferência é pelo norte do país.
Os contatos com quem já está lá, como o diretor Marcos Schechtman e o ator Murilo Rosa, se acentuaram nos últimos dias.
Autor de dezenas de novelas, Negrão decidiu dar um tempo, após o fim do seu contrato com a Globo em 2020 – “Sol Nascente” (2016), estrelada por Giovanna Antonelli, foi seu último trabalho, mas ele teve pouco envolvimento no roteiro por causa de problemas de saúde.
Jornalista com passagens pelo jornal Última Hora e pela revista Cláudia, começou a trabalhar na televisão como ator, fazendo teleteatros dos anos 1950. Estreou como autor em 1958, na TV Tupi, escrevendo para o “Grande Teatro Tupi”.
Foi contratado pela TV Record em 1964 e passou a escrever novelas adaptadas de textos radiofônicos. Ao lado de Roberto Freire, lançou “Renúncia”, baseada na radionovela de Oduvaldo Vianna, e que inaugurou o seu horário de novelas. Escreveu, ainda, “Marcados pelo Amor” e “Banzo”, ambas em 1964; “Somos Todos Irmãos”, de 1966; e “Os Miseráveis”, adaptação do romance de Victor Hugo, em 1967.
Negrão, em setembro de 1967, voltou à TV Tupi, onde trabalhou como ator na novela “Os Rebeldes”, de Geraldo Vietri. No ano seguinte, ao lado de Vietri, escreveu “Antônio Maria”, sucesso de público e de crítica. Em 1969, foi autor de “Nino, o Italianinho”, novamente com Vietri, que também produziu e dirigiu a novela.
Enfim, trata-se de uma carreira de grandes conquistas e registros de diversos sucessos.
Além do carinho da classe artística, o autor sempre foi, também, bastante respeitado pela imprensa.
Uma declaração de Negrão ao site Memória Globo que tem tudo a ver com o universo da dramaturgia:
“Se você não tiver um bom texto, uma boa história, com bons personagens, não adianta querer fazer mágica porque não chega lá. Você pode até ter um elenco meia-boca que, com um bom texto, esse elenco vira estrela...”.