Civic Touring CVT une visual ousado, potência e 'mimos'. Vale a compra?
Sedã da Honda tem motor 1.5 turbo de 173 cv e custa a partir de R$ 134,9 mil. Só que conta com a concorrência feroz do Toyota Corolla, líder em vendas
Garagem R7|Raphael Hakime, do R7
Quando você dirige um carrão de luxo, acima dos R$ 100 mil e praticamente 0 km, é comum amigos, parentes e até estranhos perguntarem: e aí, é bom? A reportagem dirigiu o Honda Civic Touring CVT, na estrada e na cidade, durante 10 dias e pode assegurar: claro que é bom. Também, é óbvio, que depende do seu bolso, dos seus planos para o futuro e das suas impressões ao dirigir para definir a compra. O R7 adianta algumas pistas.
A começar pelo design, o Civic Touring é muito semelhante às outras versões e vem com aquele jeitão arrojado e o conceito futurista, com vincos marcantes, por toda a carroceria. A versão Touring, porém, conta com uma pitada extra de esportividade — a combinação das rodas de 17” escuras, do duplo escapamento e o teto solar confere esse ar de superioridade.
Para quem dirige, a sensação é que o motor 1.5 Turbo de 16V, fabricado em alumínio, dá conta do recado sem qualquer drama. São 173 cavalos de potência, que podem ser usados em três modos de dirigir: normal, econômico e sport. Isso não é novidade, mas vale relembrar.
O método tradicional não tem segredo para quem já conduziu um carro automático. Se quiser poupar combustível, você pode escolher a opção “econômico” — aí, o arranque também é menor. Caso queira as marchas mais alongadas e mais potência, basta escolher o modo “sport” de conduzir. Os paddle shifts (“câmbio borboleta”) permitem ao motorista reduzir ou avançar marchas atrás do volante.
Está preocupado com consumo? A reportagem rodou cerca de 700 km com o Civic e a média ficou em 12,2 km/l – ciclo misto, considerando estrada e cidade. O Touring aceita apenas gasolina, então, faça as contas para evitar surpresas com o posto de combustível.
Quanto ao câmbio, um elogio à parte: o CVT tem 7 velocidades, que se alternam sem qualquer solavanco. As trocas para ganhar terreno se dão de forma suave, impossível ao motorista ou passageiros reclamarem disso. A suspensão é um pouco mais “durinha”, mas nada que afete o conforto do sedã.
A versão Touring vem equipada com alguns itens de segurança e tecnologia. A começar pela partida, que, apesar de não ser novidade, ocorre com um aperto de botão, o motorista conta com o ar-condicionado digital de duas zonas, duas entradas USB, conexão de cabo HDMI, controles de áudio e cruzeiro no volante e painel completamente digital (aquele jogo de luzes, que controla o consumo de combustível, também é item de série).
Ainda de olho nos recursos tecnológicos, quem tem smartphone com NFC pode recarregar o aparelho por indução no console (wireless). A central multimídia, sensível ao toque, mantém o padrão da montadora japonesa — tem navegador GPS com condições de trânsito (RDS), Wi-Fi e função Turn-by-turn (navegação assistida por voz).
Para quem valoriza a segurança, o Civic Touring conta com 6 airbags (frontais, laterais e de cortina). Para entrar à direita, seja numa faixa ou numa esquina, a câmera localizada no retrovisor do passageiro ajuda a impedir colisões. Na marcha ré, o mesmo: a câmera localizada na traseira ajuda a evitar os raspões do para-choque.
E aí, vale a compra?
Além daquela questão inicial (“É bom?”), a outra pergunta que vem em seguida é: “Vale a pena comprar?” O Civic Touring, topo de linha, é completão. Além do design marcante e esportivo, vem recheado de tecnologia, segurança e conforto. Além, claro, de um câmbio de dar inveja da concorrência e um motor renovado e potente. Tudo isso a partir de R$ 134.900.
O Civic já entrou em ao menos 20.097 garagens dos brasileiros, de acordo com a federação das montadoras. Esse número confere ao sedã o segundo lugar em vendas em 2019, com 20% de participação. O único problema, porém, é que há outro sedã médio japonês no páreo, o Corolla, que é líder em vendas e já vendeu 40,7 mil unidades no ano.
Aí, o brasileiro põe na balança a tradição e o poder de revenda do sedã da Toyota contra a esportividade, o arrojo e potente motor do Civic. Praticamente, isso definirá a compra!
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