Hilux Challenge tem 'jeitão próprio', mas enfrentará briga dura pelo topo
Com personalidade, picape aposta no conforto e na 'fama de que não quebra'. Custo-benefício, porém, põe rivais no páreo pela preferência do cliente
Garagem R7|Raphael Hakime, R7 e Raphael Hakime

"Essa aí é bacana, hein! Mas o preço deve ser salgado, quanto custa?". Foi assim que um apaixonado por picapes abordou a reportagem, em um semáforo, durante o teste da Toyota Hilux SR Challenge, a diesel. O R7 acelerou a caminhonete em uma viagem de 1.000 km, entre São Paulo e o interior do Estado, em sua maior parte, no asfalto.
A versão esportiva da caminhonete japonesa surpreende pela dirigibilidade, segurança, "a fama de que não quebra" e a potência do motor 2.8 e 16V, que exige cuidado para não superar os 120 km/h na Rodovia dos Bandeirantes, uma das melhores do país.
Por outro lado, o custo-benefício, que sempre jogou a favor da picape nipônica, pode trazer as principais concorrentes da Hilux — especialmente a Chevrolet S10, a Ford Ranger, a Fiat Toro e a VW Amarok — de volta ao jogo. Os números da Fenabrave (federação das montadoras) mostra isso.
Ao dirigir
O jeitão próprio da Hilux Challenge chama a atenção nas ruas, não só pelo tamanho, mas também pelos detalhes de plástico fosco no para-choque, as rodas de liga-leve aro 17 pretas, os estribos laterais, os adesivos personalizados e o santantônio exclusivo. Quem encara a picape de frente, encontra grades do radiador na cor preta, assim como as maçanetas.

Para quem dirige, o câmbio automático de seis marchas é um show à parte: o motorista não sente um solavanco sequer nas trocas. O isolamento acústico da cabine merece destaque, assim como o conforto dos bancos e o alcance a todos os comandos do computador de bordo e do som ali, ao volante.
Quanto ao motor, vale ressaltar o torque ao acelerar, a facilidade para manter uma determinada velocidade e, principalmente, as retomadas para uma ultrapassagem por exemplo. Para os preocupados com o posto de combustível, a picape fez, em média, 11 km/litro de diesel no ciclo misto (estrada e cidade).
Quem estiver de olho no modelo, porém, deve ficar atento à suspensão, que, como toda caminhonete, é mais rígida comparada a um carro de passeio. A central multimídia da Toyota, apesar de touch screeen, é simplista na comparação com as concorrentes. O ar-condicionado, apesar de digital, não é dual-zone (ou seja, motorista e passageiro não conseguem escolher temperaturas diferentes). Os gráficos do computador de bordo, apesar de trazer dados precisos, parecem ultrapassados se comparados à tecnologia disponível no mercado.

Para os mais críticos, o painel da Toyota Hilux Challenge só se difere das outras versões pelo detalhe em vermelho -- no geral, porém, mantém a mesma sobriedade das versões anteriores. Ah, vale destacar que os vidros elétricos não descem com um único toque (você tem que segurar o botão até o fim) e o acabamento segue a mesma linha do painel: preserva a simplicidade.
Mercado de picapes
Até 2015, a disputa pelo protagonismo das vendas entre as picapes grandes se resumia praticamente a dois modelos: Chevrolet S10 de um lado e a Toyota Hilux do outro. Corriam por fora a Ford Ranger e a Volkswagen Amarok.
No início de 2016, porém, a Fiat colocou no mercado a picape Toro, que, embora 'menorzinha' em relação às concorrentes, chegava às concessionárias com preços muito mais convidativos. Na época, por menos de R$ 80 mil você podia colocar uma Toro na garagem, ainda que no modelo flex — que costuma 'beber' mais que o diesel.

A estreia nas ruas do país foi um sucesso e a Toro não só embolou o mercado no início, como também despontou como a picape mais vendida, subindo ao topo do ranking em 2016 e 2017. Entre janeiro e maio de 2018, permanece na liderança da categoria.
Vale a compra?
R$ 161.990: esse é o preço da versão SR da Hilux Challenge. A Volkswagen Amarok, por exemplo, tem a versão Highline -- portanto, mais equipada -- na casa dos R$ 170 mil. A Ford Ranger e a Chevrolet S10 também rondam esse patamar.
A fama de que não quebra e a facilidade de revenda da Hilux, porém, são ótimos argumentos para quem vai comprar uma picape. Até mesmo para aquele fã de picape do início da reportagem...
A Toyota Hilux Challenge tem como principal marca o jeitão próprio, a personalidade. O R7 acelerou a picape por 1.000 km e te mostra os detalhes dessa caminhonete, que tem a fala de muito resistente, nas imagens a seguir. Dá uma olhada!
A Toyota Hilux Challenge tem como principal marca o jeitão próprio, a personalidade. O R7 acelerou a picape por 1.000 km e te mostra os detalhes dessa caminhonete, que tem a fala de muito resistente, nas imagens a seguir. Dá uma olhada!