Honda WR-V agrada no conjunto, mas patina diante dos rivais SUV
Classificado pela montadora japonesa como SUV compacto, modelo aparece em 13º no ranking dos mais vendidos no primeiro semestre de 2019
Garagem R7|Do R7

Nem tão alto e robusto quanto o SUV carro-chefe da Honda, o HR-V, nem tão próximo ao solo como o sucesso de vendas FIT. Não é novidade que o WR-V, SUV compacto da japonesa, já tem essa definição muito conhecida entre quem gosta ou os que pensam em trocar de carro.
Posicionado entre os dois modelos da montadora japonesa que mais caíram nas graças do brasileiro – e sem turma definida diante dos modelos das outras montadoras –, o WR-V briga para agradar a uma clientela que se interessa por veículos desde o Ford Ecosport, Peugeot 2008, Chevrolet Tracker até concorrentes mais robustos, como Nissan Kicks e Hyundai Creta.
A reportagem do R7 dirigiu o modelo 2019 por 10 dias, na estrada e na cidade, e tirou impressões sobre o modelo – lançado no Salão do Automóvel de São Paulo em 2016 e que desembarcou nas ruas do país no 1º trimestre do ano seguinte.

Três anos depois, o WR-V, que colecionou números relevantes perto do lançamento, sofre para emplacar no país, conforme os dados da Fenabrave. No primeiro semestre de 2019, a Honda negociou 5.771 unidades do SUV compacto – o que lhe rendeu o modesto 13º lugar no ranking de vendas de SUVs no ano, atrás de Renault Duster e Citroen C5 Cactus, por exemplo.
Vamos às impressões

Dirigimos a versão EXL topo de linha, equipada com sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, tela multimídia de 7 polegadas sensível ao toque e integrada ao celular e seis airbags.
Do lado de fora, o WR-V é praticamente o irmão mais novo do HR-V, com a dianteira muito parecida, com design arrojado e característico, além de vincos laterais muito semelhantes ao SUV. Por outro ângulo, da traseira, as mudanças são mais acentuadas, especialmente na lanterna – no HR-V, com uma ponta para baixo, e, no WR-V, para cima.
A suspensão mais alta confere uma distância entre a carroceria e o solo – uma grande vantagem para quem dirige nas esburacadas ruas e estradas das grandes cidades brasileiras.

Por dentro, merece destaque a integração entre a central multimídia e os indicadores de velocidade, nível de combustível e equipamentos mecânicos do carro. O ar condicionado digital e a saída para cabo UBS, apesar de simples, harmonizam o painel do WR-V.
Com o carro em movimento, o motor 1.5 é arrojado, permite arrancar sem dificuldades e mantém velocidade ao SUV. O câmbio CVT da Honda, tão elogiado no mercado, merece uma estrela à parte: o motorista não sente a troca das marchas. Tudo é muito suave.
Ao dirigir, a estabilidade é marca do WR-V. Mesmo em curvas em alta velocidade, o motorista sente segurança e não há qualquer impressão de que o carro escapa. O acelerador responde ao pé de quem dirige, seja com a ajuda do câmbio automático ou com o controle das trocas de marcha com o motorista.
Para quem tem o pé direito mais pesado, o WR-V conta com o sistema da Honda que informa, por meio de um jogo de luzes, como anda o consumo do modelo. Aliás, assim como prometia a ficha técnica, o WR-V fez próximo de 12 km/litro na estrada com gasolina e de 8,5 km/litro na cidade com o mesmo combustível.
Vale a compra?

Quem quer colocar um WR-V na garagem, na versão mais completa (EXL), vai precisar desembolsar ao menos R$ 86,6 mil. Caro? Para quem sonha com o irmão mais velho, o HR-V parte de R$ 94,4 mil na versão básica e se aproxima de R$ 115 mil na completona. Ao mesmo tempo, tem o FIT a partir de R$ 62 mil na categoria ‘pé de boi’.
E ainda tem os concorrentes, como os SUVs Ford Ecosport, Chevrolet Tracker, Renault Duster, Renault Captur e os hatchs melhorados com os já famosos pacotes “cross” (Fox, Onix, Sandero etc).
Convencer o consumidor a colocar na garagem envolve, por exemplos, gostar do design e do motor, a dificuldade de vender depois e custo de manutenção – aspecto que conta muito a favor das montadoras japonesas. Para quem já projetou vender 1.700 unidades por mês lá em 2017, hoje o WR-V está na média mensal de 960 em 2019. Os japoneses terão de acordar mais cedo, afinal a briga ficou bem mais acirrada.