Jamaicano cria obra fantástica ambientada na África
Vencedor do Man Booker Prize autor Marlon James cria épico fantástico que permeia sangue e violência
Ligia Braslauskas Literatura|Do R7 e Ligia Braslauskas
O Rastreador é um dos mercenários que se candidatam para encontrar um menino desaparecido, e que talvez nem esteja mais vivo. Guiado por um faro excepcional, que lhe permite identificar bebidas envenenadas e inimigos à espreita a quilômetros de distância, esse incansável caçador cumpre sua jornada em uma África pré-colonial.
Em “Leopardo Negro, Lobo Vermelho”, de Marlon James, há uma trama poderosa, inspirada nas histórias e folclores da África, que perpassa o real e surreal. Neste épico fantástico do qual também transbordam sangue e violência, o vencedor do Man Booker Prize em 2015 questiona os limites da verdade e do poder e o preço da ambição, sempre valendo-se do uso de referências múltiplas, que vão de Gabriel García Márquez, passando por Hieronymus Bosh e o universo Marvel.
Diferentemente do cultuado best-seller “Breve História de Sete Assassinatos”, cujos capítulos são narrados por vários personagens, aqui quem conta tudo, na maior parte, é o Rastreador. Enquanto luta para sobreviver e concluir sua tarefa, ele é assombrado por diversos questionamentos: quem é o menino desaparecido? O que o fez desaparecer? Por que há tanto interesse em que não seja encontrado?
“Leopardo Negro, Lobo Vermelho”
Tradução André Czarnobai
784 páginas
R$ 99,90 (impresso)
R$ 69,90 (e-book)
Editora Intrínseca
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