O que Platão faria da Google e do conhecimento em massa?
Ligia Braslauskas Literatura|Ligia Braslauskas

Platão está entre nós. Este é o ponto de partida de Rebecca Goldstein, que transforma o grande filósofo em personagem e o faz percorrer o Googleplex, em Mountain View, Califórnia. Além de mostrá-lo entusiasmado com as maravilhas da tecnologia da informação contemporânea, faz com que o ateniense, exercendo seu espírito crítico e questionador, participe de um talk show e debata com pessoas de nosso tempo – como, por exemplo, uma psicanalista e uma professora universitária –, nem sempre levando a melhor.
Dizer que as ideias de Platão permanecem atuais é um lugar-comum, caso contrário não estaríamos até hoje lendo e estudando seus famosos diálogos. Mas colocá-lo em colóquio com nossos contemporâneos exige uma boa dose de criatividade e um grande conhecimento de sua obra. E é exatamente isso que acontece em Platão no Googleplex, da norte-americana Rebeca Newberger Goldstein, Ph.D. em Filosofia pela Princeton University, doutora honoris causa pela Emerson College e membro da American Academy of Arts and Sciences dos Estados Unidos.
Googleplex é o complexo da sede corporativa da Google Inc., localizada na Califórnia. A palavra “Googleplex” é uma siglonimiza formada por “Google” e “complex” [complexo], mas é também um trocadilho com googolplex, que é um número enorme. Primeiro, comece com um googol, que é 10 elevado à centésima potência, ou 1 seguido de cem zeros. Um googolplex é 10 elevado à potência googol, ou 1 seguido por googol zeros. A Google Inc. sempre pensou grande.
Platão no Googleplex
Tradução de Ana Luiza Libânio
532 páginas
R$ 74,90
Editora Civilização Brasileira