Botão ON/OFF
PixabayNa última segunda-feira (4), enquanto passeava pelos 521 cômodos de sua mansão high tech, Clark Superberg, dono das três maiores redes sociais do planeta, sentia-se frustrado. Ele percebeu que sua vida havia sido reduzida a empresas que lucram bilhões de dólares tendo como clientes apenas 40% da população mundial.
“Por que os outros 60% ainda não são usuários das minhas criações? Como podem ainda não terem se tornado dependentes?”, perguntava Superberg ao amigo brasileiro Dudu Chaveirinho. “Talvez porque as criações não tenham sido suas, Clark”, respondeu o amigo, fazendo-o sentir-se ainda mais fracassado.
Cansado de ser motivo de chacota, Superberg recorreu mais uma vez ao seu Plano B – abreviação de Plano Blackout – mas agora de uma forma mais ambiciosa: ele não tiraria do ar apenas o aplicativo “Falaê” (aquele do balãozinho branco em fundo verde), mas também deixaria na mão os usuários do Influencegram e do Caralivro. Com sangue nos olhos, entrou em sua Sala de Situação, abriu a porta blindada de um metro de espessura de seu cofre e pegou nas mãos um joystick preto com um único botão vermelho e uma alavanca direcional.
Ao apertar o botão, todas as redes saíram do ar simultaneamente, deixando 2,8 milhões de usuários enlouquecidos. Sem gastar um único dólar, Superberg conseguiu se manter na mídia mundial por sete horas como o assunto mais comentado. Uma tacada de mestre, afinal de contas, se anunciasse no concorrido Super Bowl, ele teria que desembolsar US$ 5,5 milhões para alcançar apenas 100 milhões de pessoas.
As ações de suas empresas caíram US$ 6 bilhões em questão de horas, mas isso foi uma bagatela para quem não tem mais onde gastar dinheiro e almeja apenas uma coisa: provar ao mundo que é dono do botão ON/OFF.
Esta crônica é uma ficção, mas poderia não ser...
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