“Tem uma lógica no assalto”, disse a filósofa em um programa de televisão em rede nacional e completou: “Eu sou a favor de muitas coisas que as pessoas não são a favor. Eu sou a favor do assalto. É justo dentro de um contexto injusto!” Inspirado por esse rompante de sinceridade canhota, acaba de ser criado no Brasil o Departamento de Defesa dos Furtos (DDF).
Nem bem abriu as portas e o DDF já teve de sair em defesa de furtadores que estavam atuando em um hipermercado da zona Sul de São Paulo, mais precisamente no Jardim Arcângela. A denúncia foi feita por clientes que se incomodaram com uma política implantada pelo hipermercado para inibir os furtos de carne que aconteciam frequentemente.
Só porque os ladrões, digo, clientes, abriam as bandejas de carne, escondiam nas roupas ou na bolsa e saiam sem pagar, o estabelecimento determinou que antes de receberem os produtos, todos teriam de pegar uma senha, pagar no caixa e depois voltar para retirá-los. Um absurdo, ainda mais depois dos aumentos de preço que as carnes vêm tendo.
Hipermercados estão proibidos de inibir furtos, sob a pena de serem multados
EBC“Como assim pagar antes? Como é que a gente vai furtar desse jeito?” – questionava desesperadamente o adolescente M.A.N.O., de 35 anos, cuja identidade será devidamente preservada, conforme estabelece a lei quando se trata de menores de idade. Ao ver que seu churrasco com os amiguinhos seria arruinado, o jovem acionou o DDF e fez a denúncia, apoiado por um grupo de pessoas que também estavam sendo impedidas de furtar.
Prontamente, 12 agentes compareceram ao local e notificaram o estabelecimento informando que, caso não abandonasse a prática, a empresa seria multada em até R$ 10,9 milhões. Sem ter opção, o hipermercado suspendeu a tentativa de inibir os furtos. Agora, os ladrões, digo, clientes, poderão furtar livremente, pois a “justiça dentro de um contexto injusto” foi feita.
A única questão é que os clientes, digo, os imbecis que se recusam a furtar e ainda passam no caixa para pagar, terão de arcar com uma conta ainda mais alta, pois todos os prejuízos ocasionados pelos frequentes furtos farão o preço da carne subir ainda mais.
Esta crônica é uma ficção... Opa! Será que é mesmo?
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