Desembargador recebe mais de R$ 1,2 milhão em 2024, mas reclama do salário dos magistrados: “vivemos modestamente”
Orlando Perri, do TJ-MT, defende “vale-peru” de R$ 10 mil, se queixa de “agruras financeiras” e de reduzir plano de saúde
Melhor Não Ler|Do R7
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Que peninha dos magistrados brasileiros! Quem teve coragem de reclamar das dificuldades que essa classe tem enfrentado foi o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT).
Ele esteve em um podcast, onde revelou ter vivido “agruras financeiras” por causa de seu “modesto” salário. Imagine ter de viver com um salário-base de R$ 39 mil? Isso chega a ser um insulto! Então, para que os magistrados possam sobreviver, a Justiça permite que eles algumas “coisinhas” a mais.
Os chamados “penduricalhos” fizeram com que os recebimentos de Perri chegassem a R$ 1,2 milhão, em 2024 – somando salários, indenizações e direitos eventuais – o que dá R$ 106 por mês, em média. São apenas e tão-somente R$ 3.533 por dia. Quem pode viver dignamente com esse “miserê”?
No podcast, o desembargador declarou que já passou por “agruras na magistratura financeiramente” e, que: “Nós, os magistrados, vivemos modestamente”. Ele fez até uma confissão que toca profundamente em nossos corações:
“Pouco tempo atrás, eu confesso a vocês, eu tive de sair do meu plano de saúde da Sul América e tive de migrar para a Unimed porque eu não estava conseguindo pagar um plano de saúde digno para mim e para a minha família. É assim a vida do magistrado”.
Ele também não poderia deixar de comentar sobre o tremendo absurdo que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou na última sexta-feira, dia 21: a devolução do “vale-peru”, cujo módico valor foi de R$ 10 mil.
Apesar de que o TJ-MT ter deixado claro que essa gratificação foi apenas para cobrir “necessidades nutricionais”, o corregedor nacional de Justiça, Mauro Campbell, mandou que o benefício seja devolvido e que o tribunal tem 15 dias para comprovar que o dinheiro voltou aos cofres públicos.
Além de todas essas agruras, os magistrados ainda têm de aguentar gente dizendo que eles estão descolados da realidade da população brasileira... Esse país é muito injusto, não é mesmo?