Argentinos sofrem com crise política, inflação sem controle e recorde de juros
Juan Ignacio Roncoroni - EFE/EPA 17.08.2020Em setembro de 2019, especialistas ouvidos por uma revista brasileira conhecida por desdizer o que diz, rebateram as falas do presidente do Brasil que dizia que o país de “los hermanos” acabaria como a Venezuela, caso Alberto Fernández, boneco de ventríloquo da esquerda caviar, ganhasse as eleições por lá.
Para tranquilizar a América Latina — que costuma acreditar em tudo o que as revistas que se desdizem dizem —, os entendidos no assunto afirmaram: “A Argentina está longe de se tornar uma ‘nova Venezuela’. Essa possibilidade é improvável e as declarações do presidente brasileiro não passam de retórica eleitoral. Esses comentários não buscam se basear em evidências claras”.
Para esses especialistas — que dão aula em institutos de renome e acham que o que dizem (e será desdito mais tarde) dever ser recebido como lei —, o fato de Fernández ser da mesma laia de Nicolás Maduro e prometer fazer exatamente o que ele fez não eram evidências suficientes de que o resultado seria o mesmo.
Mas como o que esse pessoal diz que não vai acontecer é exatamente o que vai acontecer, a mesma revista — mantendo seu compromisso de desdizer o que disse — publica que a “Crise argentina já é comparável ao desastre da Venezuela” e complementa: “A população do país sofre sob o efeito de terremoto político, inflação sem controle e recorde de juros”.
Veja que não foi um erro dos especialistas, mas, sim, uma fatalidade do destino, já que as palavras para explicar o acontecido são “desastre” e “terremoto”, coisas que simplesmente acontecem, digamos, por força da natureza.
Agora, os especialistas que estão desdizendo o que seus colegas disseram preferem usar palavras como “as perspectivas são desanimadoras”, mostrando o quanto estão tristinhos. Alguns deles, porém, tentando ainda manter alguma credibilidade (eles jamais se dão por vencidos) afirmam que “as razões por trás da decadência das duas economias são muito diferentes”.
Ah, isso é verdade! Os venezuelanos não têm dinheiro nem para comprar uma chipa, enquanto os argentinos não podem comprar uma empanada. São decadências completamente diferentes. A-ham!
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