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Melhor Não Ler

Garoto rouba cachorro e conquista a dona

Com estratégia inédita, adolescente invade casa, rouba o pet de seu “crush” e conquista família toda

Melhor Não Ler|Do R7

O pobre yorkshire
O pobre yorkshire

Otávio de Moura, conhecido como Tavinho das Ideias, faz jus ao apelido por ser um rapaz muito criativo. Desde os onze anos de idade, Tavinho vem desenvolvendo seu dom e não economiza em dar ideias para resolver todo tipo de problema, tanto seus, quanto os de amigos e familiares.

Sempre que sua mãe dizia que não tinha dinheiro para comprar algo que ele tanto queria, o garoto sugeria sem hesitar: “Ué, mãe... não tem dinheiro, passa o cartão!” Que gênio! Como uma mãe poderia negar um pedido assim? Uma vez, logo que chegaram das compras, a mãe se arrependeu de ter atendido o filho, pois o orçamento ia apertar, mas logo o menino prodígio deu outra ideia: “Liga lá na operadora e fala que o cartão foi roubado, assim eles estonam a compra!” A primeira vez que a mãe o ouviu usando as palavras operadora e estorno ficou tão orgulhosa de sua inteligência que seguiu o conselho. E não é que funcionou? Desde então, a estratégia é usada rotineiramente por toda a família.

Na escola, Tavinho das Ideias também era muito solicitado em dia de prova. Os alunos que não haviam estudado se desesperavam, mas ele sempre tinha uma nova ideia para colar na prova. “Finge que está com gripe e coloca a cola no meio do lenço. Garanto que professor nenhum vai por a mão em um lenço ‘ranhento’!”, sugeria Tavinho. As ideias eram realmente infalíveis.

Mais tarde, aos 17 anos, das Ideias apaixonou-se perdidamente por Juliette, a menina mais popular e mais linda do bairro. O problema é que Juliette não lhe dava a menor bola, ao contrário, o esnobava e dizia que detestava seu jeito “enrolão”. Um absurdo confundir genialidade com enrolação, mas quem entende as garotas, não é mesmo? Desistir é uma palavra que não existe em seu vocabulário, logo, ele precisava da melhor estratégia de todas para conquistar o “crush”. Para começar, ele precisava do número do celular dela.


Por ainda ser “de menor”, Tavinho teve a ideia de roubar o yorkshire terrier de Juliette. A garota amava tanto aquele cachorro que, sem dúvida, espalharia cartazes pelo bairro inteiro com o número de seu celular para que qualquer pessoa que tivesse alguma pista pudesse entrar em contato. Não deu outra! No dia seguinte, lá estava Juliette com toda a família colando cartazes em cada poste, árvore e vitrine vizinhança afora.

Dois dias depois, de tão desesperada, a garota resolveu trocar os cartazes e, desta vez, oferecendo uma recompensa em dinheiro. Tavinho, cheio das ideias, pediu que um amigo ligasse dizendo que havia sequestrado o cachorro e só o devolveria depois de receber a recompensa. Juliette pagou e, em seguida, encontrou uma caixa com um cachorro na porta de sua casa. Porém, ao abrir, era o vira-lata da vizinha... A menina estava inconsolável: sem seu filhinho de quatro patas e sem o dinheiro que levou três anos para juntar. O amigo, depois de receber a recompensa, cumpriu o trato com Tavinho – repassando 80% do valor – e desapareceu.


Mas eis que Tavinho surge na casa da menina todo sujo, com um olho roxo e uma caixa nas mãos. “O que você quer aqui, seu enrolão?”, gritou Juliette, de longe, sem a menor paciência. “Não se preocupe, já estou de saída”, disse Tavinho colocando a caixa no portão. “Encontrei o ladrão!”, continuou ele, “Acabamos travando uma luta corporal...” – Tavinho gostava de palavras difíceis – “...e consegui recuperar o seu queridinho. Mas não se preocupe comigo, estou bem!”

A garota correu ao seu encontro, tirou o cachorrinho da caixa e, ao ver que era mesmo seu filhinho, agarrou Tavinho, pediu desculpas e o convidou para entrar e conhecer sua família. Ao entrar, ele foi logo dizendo a todos que faria qualquer coisa por Juliette, ainda que perdesse um braço e acrescentou: “Nem pense em entrar no assunto de recompensa. Não quero nada além do seu sorriso e da sua amizade.” A família toda se comoveu, ainda mais quando souberam que Juliette era seu amor secreto. Incentivaram a garota a namorá-lo e não sossegaram enquanto ela não cedeu.


Chegando em casa, contou suas peripécias aos pais que, orgulhosos, exclamaram: “Que filho exemplar! Como somos sortudos!”. Porém, por mais que Tavinho fosse criativo, ele não pode aceitar aqueles elogios, afinal de contas, não havia sido ele a criar tal estratégia. Com a consciência pesada, o menino confessou: “Eu copiei essa ideia do governo. Fiz exatamente o que ele faz com os cidadãos. Só isso!”

Essa crônica é uma ficção, mas poderia não ser...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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