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Melhor Não Ler

Geração Z tenta conciliar inclusão e agilidade na comunicação, mas falha miseravelmente

Acostumados a consumir áudios em velocidade 2 e assistir vídeos de poucos segundos, “zoomers” falham ao produzir conteúdo inclusivo

Melhor Não Ler|Do R7

Para a Geração Z, o importante é não ser alienado

Engajar a Geração Z (nascidos entre 1995 e 2009) tem sido um desafio e tanto para a publicidade, os influenciadores e as empresas, devido à rápida perda de interesse quando a comunicação não os agrada no primeiro segundo. Aliás, a agilidade é tão importante para os “zoomers” – ou genZs – que publicidade virou “publi” e influenciadores “influs”. Quanto às empresas, não sabemos como eles as nomeiam, mas descobrimos que, quando decidem trabalhar, já entram pensando em sair.

A questão é que um grupo de pesquisadores propôs que os próprios genZs produzissem um conteúdo inclusivo – como exigem que os outros produzam – em um ambiente que eles mesmos podiam criar. Tudo bancado pelo instituto de pesquisa, claro.

Porém, em vez de produzirem um vídeo de segundos no Tiko&Teko ou um áudio que explica qualquer assunto com maestria na velocidade da luz, os zoomers não conseguiram nem sequer terminar o roteiro que, mesmo inacabado, renderia um longa metragem.

Só a introdução ocupava seis páginas A4 escritas com tipologia tamanho 12, pois foi decidido em grupo que teriam de ser citadas pessoas de todas as identidades e expressões de gênero, de todas as orientações afetivas-sexuais e pessoas de toda a escala cromática e dos mais variados formatos de corpo.


Após meses de trabalho – respeitando as pausas matinais para lanchinhos com opções vegetarianas, ovo-lacto-vegetarianas e veganas, almoço de duas horas, descanso ou soneca à tarde em redes ou pufes coloridos e saída antes do pôr-do-sol – os zoomers abandonaram a pesquisa. A alegação foi que eles estavam ficando sem tempo para a vida social, o que os deixou deprimidos e ansiosos.

Como nenhum deles “precisa disso”, todos decidiram voltar para seus quartos classe média equipados com internet ultra veloz e “gadgets” de última geração, tudo devidamente provisionado por pais que os tratam como se estivessem na primeira infância. Mas independentemente de qualquer coisa, os genZs sentem-se vitoriosos, afinal, terminar o que começa não passa de uma forma de controlar e alienar as pessoas e é claro que eles podem ser tudo, menos alienados!

Esta crônica é uma ficção, mas poderia não ser.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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