Melhor Não Ler Governos sempre têm soluções para problemas que eles mesmos criam

Governos sempre têm soluções para problemas que eles mesmos criam

Depois de destruir os próprios países, políticos mantêm suas mordomias enquanto a população paga a conta comendo pé de galinha

Pobreza é um dos principais problemas brasileiros

Pobreza é um dos principais problemas brasileiros

José Jácome/EFE - 21.5.2020

Como já cantava o pensador contemporâneo Compadre Washington, da corrente filosófica É o Tchan: “Essa é a mistura do Brasil com o Egito, tem que ter charme pra dançar bonito”. E haja charme, porque a população de países que se dizem democráticos, mas insiste em eleger governantes autoritários que juram lutar pela democracia, vai dançar muito mesmo. Seja aqui no Brasil, com o povo do “o amor venceu”, seja lá no longínquo Egito, com um ditador para chamar de seu.

Por aqui, o pessoal que votou no candidato da picanha — que prometeu carne e cervejinha todo fim de semana e isenção de Imposto de Renda para o país “voltar a ser feliz” — está tendo que se conformar com a felicidade de aprender o significado da palavra metáfora e em ser considerado rico, pois vai ter de pagar IR mesmo ganhando menos de um salário mínimo e meio.

E na República Democrática do Egito, país desgovernado pelo ditador Abdel Fattah Al-Sisi — e que de democrático só tem o nome —, a população enfrenta o aumento de 100% no preço de itens básicos, como produtos de higiene e alimentos. Mas como não há problema que os governos criem que eles mesmos não tenham uma solução esdrúxula para sugerir, eis que o Instituto Nacional de Nutrição do país das múmias surge com a seguinte narrativa: “Estamos preocupadíssimos com a saúde de todos vocês, população amada! Estamos aqui para salvá-los com muito amor, carinho e proteína: por favor, comam mais pés de galinha”.

Povos de todo o mundo: o que seria de nós sem essas pessoas incríveis à frente das instituições públicas ao redor do planeta? Como nós, brasileiros, viveríamos sem nossa “picanha metafórica” e sem o nosso governante do amor prometer que voltará a mandar bilhões de dólares aos países vizinhos, enquanto aqui falta de tudo? E como a civilização egípcia teria continuidade sem gênios como esses, os novos faraós, os divinos reis do Alto e do Baixo Egito, os amados de Ptah, os verdadeiros Hórus vivos? Certamente seria o fim da humanidade!

Enquanto isso, vamos recitar diariamente o que ensinou o grande filósofo das multidões: “Rala, ralando o tchan, aê! Rala, ralando o tchan, habib!”

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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