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Lorelay Fox: medo de existir e de pegar elevador

Criação do publicitário Danilo Dabague, a drag queen mais famosa nas redes sociais revela medo de existir e de 'montar' em elevador

Melhor Não Ler|Do R7

Manifestações de 7 de setembro em Brasília (DF)
Manifestações de 7 de setembro em Brasília (DF)

É verdade que para algumas pessoas é difícil entender as escolhas e dificuldades que pessoas trans enfrentam. Mais difícil ainda, porém, é entender o motivo que levou Lorelay Fox, drag queen criada pelo publicitário Danilo Dabague, 35 anos, a sentir medo de existir nos dias de hoje e de fazer algo simples e corriqueiro, como pegar um elevador.

Em dois tuítes postados em 7 de setembro, ela revela seus temores: “Eu montada no elevador com um cara vestido com a camisa do Brasil! Por um momento vi minha vida passar diante dos meus olhos...” e “O medo de existir nessa época...”.

Só que, enquanto ela pensava que o tiozinho de 60 anos com a camisa do Brasil iria matá-la, ele pensava apenas no churrasco com a família depois das comemorações do Bicentenário da Independência pelas ruas do bairro. “Picanha ou linguiça? Ou por que não os dois com pão de alho e vinagrete?”, questionava secretamente o patriota carnívoro.

Mas, voltando à mente de Lorelay Fox, em entrevista para o DiaCast, ela confessou que, no passado, sentia medo quando via alguém “montado de drag”, porque não entendia aquele movimento todo. Hoje, fazendo parte da comunidade LGBTQIA+, ela reclama por não ser vista como uma pessoa “normal” e de ter de ficar se explicando o tempo todo.

Juntando uma coisa a outra, resta saber se as pessoas que saem de casa vestindo uma camisa com as cores do Brasil terão de explicar o tempo todo que não são assassinas. É preciso definir urgentemente como será essa convivência, afinal de contas, a Copa do Mundo está chegando, e certamente teremos uma explosão de verde e amarelo pelas ruas. Logo, como Lorelay Fox poderá sair de casa em paz diante de tamanha ameaça, produção?

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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