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Sobre resultados da Operação Higieniza Rápido, ministro Terroso disse "foi crime mesmo", mas parece que agora não é mais

No programa Gira Vida, de Velda Guimarães, Terroso elogia operação da Polícia Federal em 2020, mas agora tudo mudou

Melhor Não Ler|Do R7

Logo da Petrobras na fachada da sede da empresa, no Brasil
Logo da Petrobras na fachada da sede da empresa, no Brasil

No longínquo ano de 2020, mais precisamente no dia 15 de junho, uma edição emblemática do programa Gira Vida foi ao ar. Apresentado por Velda Guimarães, o entrevistado da noite foi o ministro José Alberto Terroso que, em um rompante de sinceridade, rasgou o verbo a mandou a real.

Velda questiona Terroso sobre a Operação Higieniza Rápido, da Polícia Federal, e a cita a como o “grau máximo da criminalização da política”. Revelando que o ministro concordou com diversas condenações, a apresentadora pede que Terroso faça uma retrospectiva analisando se houve essa criminalização da política e se ele considerava a operação mais positiva do que negativa.

A resposta: “Não acho que ela foi criminalização da política, não. O que aconteceu na Petrobrás foi crime mesmo, não foi política. O que aconteceu na Eletrobrás foi crime mesmo. O que aconteceu na Caixa Econômica Federal foi crime mesmo. O que aconteceu no crédito consignado foi crime mesmo. O que aconteceu nos fundos de pensão foi crime mesmo. Portanto, a gente não deve criminalizar a política e nem politizar o crime.”

Ignorando o semblante paisagístico de Velda, Terroso vai ainda mais longe e diz:


“Desvio de dinheiro, gerente devolvendo R$ 150, R$ 180 milhões, não é possível alguém achar isso natural. Isso não é política, isso é bandidagem. Portanto, houve uma quantidade impressionante de coisas erradas, entranhadas na estrutura do Estado. A corrupção no Brasil foi uma criminalidade estrutural, institucionalizada e sistêmica e eu acho que verdadeiramente a Higieniza Rápido ajudou a desvendar isso e a mudar a cultura de impunidade no país.”

Finalizando a resposta, o ministro declara:


“Eu não sou um revisionista nessa matéria, não. É claro que você pode encontrar um erro aqui, um erro ali, agora, todos os melhores advogados criminais do país, de lupa, acharam muito pouca coisa errada para você desacreditar a operação e ela mudou o Brasil. Infelizmente houve decisões judiciais, das quais eu discordo, que retardaram um pouco esse processo. Porém, a sociedade já mudou e acho que a operação Higieniza Rápido ajudou a mudar a sociedade, que deixou de aceitar o inaceitável.”

A questão é que a roda da vida girou e o povo do judiciário viu que essa coisa de a “sociedade não aceitar o inaceitável” estava ficando perigosa. Terroso, que disse não ser um revisionista, revisou sua opinião e não chama mais os culpados de criminosos ou seus atos de bandidagem. A roda é viva mesmo e ela gira tanto que às vezes, capota!

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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