Comércio fechado na região central de São Paulo, em março de 2021
Rovena Rosa/Agência Brasil - 18.03.2021Neste Dia do Trabalhador temos muito que comemorar. É tanta coisa, que vale a pena fazer uma lista para não esquecer nada. Principalmente porque estamos em um ano eleitoral.
Comece pela graça de poder trabalhar sem ser tachado de genocida, negacionista e sem o temor de uma abordagem policial.
Lembre-se que, exatamente um ano atrás, o governo de São Paulo — seguido por outros estados — dava autonomia às prefeituras para aumentar as restrições em relação ao trabalho. Elas já eram muitas, mas ainda havia alguns ramos de atividade resistindo e era preciso acabar com eles de vez. Afinal, não seria justo quebrar apenas alguns, não é mesmo?
Nessa mesma época, o governo paulista prometia uma “retomada consciente” a partir de 1º de junho, depois de tê-la adiado tantas vezes que até o Google ficou confuso.
Apesar de a tal retomada ter acontecido muito mais por pressão dos trabalhadores e do empresariado do que pela consciência dos seguidores de João Agripino, eles agora tentam negar tudo, apostando na falta de memória do brasileiro.
Porém, os milhões de trabalhadores cuja renda despencou e as dívidas foram às alturas e os milhares de empreendedores que viram seus negócios de uma vida inteira naufragarem certamente não esqueceram do quanto alguns políticos se aproveitaram de uma crise sanitária para todo tipo de arbitrariedade.
Quem está plenamente consciente é o trabalhador, que sabe muito bem que terá de sacrificar o dobro, pagar o triplo e só levar metade.
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