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Melhor Não Ler

Vovó do interior de MG abre café em bairro chique de SP e fatura alto

Como uma simples visita familiar se transformou em um negócio de milhões

Melhor Não Ler|Do R7

Uns trem simples com nome chique!

Dona Maria Domitila é o tipo de vovó que anda com a foto do neto na bolsinha de crochê e não perde nenhuma oportunidade de exibi-la orgulhosamente: “Espia o meu netinho ‘Binício’ que trabalha lá em São Paulo, naquela avenida chique que mexe com uns trem de dinheiro. Nu! ‘Óia’ como esse menino fica lindo de coletinho!”

A saudade de Benício era tanta que vovó economizou para ir visitá-lo em grande estilo: ela chegaria na rodoviária do Tietê de ônibus leito! Depois de tudo bem combinadim, o neto estava logo cedo na plataforma à espera da vovó, com seu copo térmico (que custou mais caro que a passagem da vovó) em mãos.

Chegando no apartamento de Benício, vovó Domitila preferiu não comentar, mas ela não entendeu muito bem como uma pessoa conseguia morar numa caixa de sapatos.

“Quedê a cozinha desse plóft, meu fi?”.


“É loft, vovó. A senhora tá na cozinha. Olha aqui a pia!”

“Uai, achei que era um lavatório... É pra morar aqui que cê paga 5 mir por mês, meu fi?”


Sem querer confusão, vovó começou a tirar da sacola térmica as iguarias mineiras que havia trazido: doce de leite, goiabada, requeijão caseiro, queijo de tudo que é tipo e, claro, todos os ingredientes para fazer aquele pãozinho de queijo que só vovó sabe. A geladeirinha de criança que o neto chamava de frigobar ficou abarrotada e ela não tinha guardado nem a metade.

Mas Benício estava com pressa, precisava chegar na corretora antes das 10h. Por isso, propôs levar a vovó ao café mais badalado e mostrar o quanto ele havia prosperado na cidade grande (já que o loft não impressionou nadinha).


Chegando lá, vovó Domitila logo se entrosou com os amigos do neto, mesmo achando todos eles magros demais. “Quedê o cardápio, meu fi?” Um dos amigos de Benício respondeu que não existia mais e que agora era QR Code. “É o quê, meu fi? Ki ár coude?” Nu! Gente mais doida, pensou a vovó.

Mas o problema mesmo foram os preços: “Qué isso, meus fi? Trinta e cinco real um café ruim desse cum esse trem que só tem nome de pão de queijo? Nu! Ceis vão lá pa corredora doceis e no fim da tarde vão pro plóft do Binício que eu vou fazer um café decente, viu meus fi?”

Vovó preparou café “de verdade”, pão de queijo que derretia na boca, bolo de goiabada e mais um monte de coisas que ninguém entendeu como fazer aquilo tudo num fogãozinho de duas bocas e um forninho que mal cabia uma assadeira.

Os amigos de Benício viram todo potencial da vovó, traçaram um plano de negócio em seus iPads, calcularam o capital inicial e o “valuation”, avaliaram os riscos e propuseram uma sociedade com vovó que, para ficar pertim do neto, faria qualquer sacrifício. Em pouco tempo o café da vovó estava bombando e seu maior concorrente, o “café dos trem caro”, baixava as portas.

Vovó faturou alto na cidade grande, tanto que foi convidada a contar o segredo do sucesso num podcast. Sem tempo a perder, vovó resumiu tudo numa frase: “É só botá uns nome chique nos trem mais simples do mundo e achá um bandi besta cum dinheiro dando sopa, uai!”

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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