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Além do Clube da Esquina: como Lô Borges reinventou a música brasileira antes de partir

Figura central do Clube da Esquina e ícone da MPB, Lô Borges morreu em novembro de 2025, aos 73 anos. Seu legado criativo, marcado por inovações harmônicas e canções atemporais, continua influente na cultura brasileira

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Lô Borges, ícone da MPB e cofundador do Clube da Esquina, faleceu aos 73 anos em novembro de 2025.
  • Ele foi internado devido a uma grave intoxicação medicamentosa e sua morte foi provocada por falência múltipla de órgãos.
  • Nos últimos anos, Lô Borges lançou vários álbuns inéditos e estava em constante atividade musical, mantendo sua inquietude criativa.
  • Seu legado inclui canções atemporais que continuam a influenciar a música brasileira e foram regravadas por grandes artistas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lô Borges morreu aos 73 anos, em Belo Horizonte Reprodução/Instagram/loborgesoficial

Causa da morte

O músico foi internado no Hospital Unimed Contorno em Belo Horizonte em 17 de outubro de 2025 após uma grave intoxicação medicamentosa. Ele faleceu na noite de 2 de novembro, aos 73 anos. Segundo boletim médico oficial, a causa da morte foi falência múltipla de órgãos decorrente dessa intoxicação. A notícia da sua partida precoce deixou a nós, fãs e colegas consternados, expressando tristeza e saudade diante da perda de um dos grandes criadores da música nacional.

Últimos projetos e planos

"Céu de Giz - Lô Borges convida Zeca Baleiro" foi o último álbum de inéditas do cantor, lançado 2 meses antes de partir Reprodução/Spotify

Nos anos finais de sua vida, Lô Borges viveu um novo auge criativo, lançando álbuns com frequência inusitada para sua longevidade artística. De 2019 até 2025 ele lançou quase um disco inédito por ano, permanecendo ativo no circuito musical. Em agosto de 2025 saiu seu último trabalho, “Céu de Giz”, uma parceria com Zeca Baleiro que se tornou seu sétimo álbum de inéditas em sete anos. Paralelamente, Lô Borges mantinha agenda de shows e participações: por exemplo, tinha um concerto marcado com Beto Guedes em Brasília (adiado devido à internação). Segundo amigos próximos, ele preparava novos projetos e continuaria explorando sonoridades mineiras mescladas a jazz e psicodelia. Mesmo diante de críticas pontuais sobre retomar estilos consagrados, ficou claro que Lô Borges jamais abandonou a inquietude criativa, sua intenção era sempre surpreender o público, seja com arranjos arrojados ou letras profundamente poéticas.


Impacto cultural e reinvenção da MPB

Capa do Disco Clube da Equina Divulgação

Lô Borges é celebrado como um músico que reinventou a música brasileira ao fundir gêneros de forma inédita. Ele foi cofundador do lendário “Clube da Esquina”, movimento que revolucionou a música nacional no fim dos anos 1970. Com Milton Nascimento e outros parceiros, criou um som que misturava rock, jazz e psicodelia à tradição mineira e à MPB, resultando numa sonoridade atemporal e complexa. Sua obra sempre teve ineditismo, sensibilidade e beleza, sendo marcada por uma sofisticação harmônica única. Ao mesmo tempo, Lô Borges sabia transformar simplicidade em arte: suas canções balanceavam versos singelos e melodias elaboradas.

O catálogo de é um baú de tesouros e seguirá como guia para qualquer artista que busque experimentalismo e simplicidade em sua forma de fazer música. Além disso, os clássicos que compôs – como Paisagem da Janela, O Trem Azul e Nada Será Como Antes – foram regravados por lendas da MPB (Tom Jobim, Elis Regina, Milton Nascimento etc.), o que demonstra o impacto profundo de suas criações. Em suma, Lô Borges transformou influências diversas em algo novo, desafiando padrões e inspirando gerações, razão pela qual pode ser considerado por qualquer estudioso um verdadeiro reinventor da música brasileira.


Início da carreira

Lô Borges no início de sua carreira, em Minas Gerais Reprodução/Instagram/@loborgesoficial

A história de Lô Borges está ligada à própria história da MPB. Nascido em 1952 em Belo Horizonte, Salomão “Lô” Borges entrou ainda jovem no círculo de músicos que daria origem ao “Clube da Esquina”. Integrante de uma numerosa família musical, ele conheceu Milton Nascimento aos 10 anos e logo se entrosou com outros talentos como Beto Guedes e Toninho Horta.

Em 1972, aos 20 anos, lançou junto com Milton e outros o álbum “Clube da Esquina”, marco fundamental da música brasileira. No mesmo ano saiu seu primeiro disco solo, “Lô Borges” (o famoso “disco do tênis”, assim batizado pela capa icônica). Do Clube da Esquina saíram composições que se tornariam hinos da MPB, como “Paisagem da Janela” e “O Trem Azul”, e de seu álbum solo saíram “Calibre” e “Eu Sou Como Você É”.


Esses primeiros passos criaram as bases de sua carreira: uma fusão de influências pop e experimentais com a rica tradição mineira, que desde então caracterizou seu som singular.

Homenagens de famosos à sua memória

Parceria que se iniciou aos 10 anos de idade, Milton Nascimento e Lô Borges mantiveram a amizade por toda a vida Reprodução/Instagram/@loborgesoficial

Entre tantas homenagens emocionadas, a de Milton Nascimento talvez tenha resumido o sentimento coletivo: o Brasil perdeu um artista genial, inventivo e único. Lô Borges não se contentou em repetir fórmulas ou seguir trilhas já traçadas. Ele abriu caminhos, conectou mundos sonoros e deixou um repertório que desafia rótulos. Sua obra é memória viva e horizonte criativo. Agora, com sua ausência física, resta ao Brasil preservar e revisitar o que ele nos deixou: música que pensa, sente e resiste. Porque tudo que Lô Borges fez continua reverberando, em cada esquina...

“Lô nos deixará um vazio e uma saudade enormes, e o Brasil perde um de seus artistas mais geniais, inventivos e únicos.

(Milton Nascimento)

Lô foi sempre uma grande inspiração para mim. [...] A luz de suas canções vai fazer falta. Sua partida deixa uma grande dor.

(Flávio Venturini)

O jeito suave de cantar e até a imagem clássica do tênis velho ficarão para sempre na memória

(Rogério Flausino)

Meu amigo, você vai fazer muita falta, seu legado é definitivo, você é um dos grandes, e eu o Brasil tivemos o privilégio de compartilhar sua nobre história.

(Samuel Rosa)

Lô é um gênio, um farol, um cânone da música brasileira. Artista único, eterno, inimitável. Deixa um vazio impossível de preencher.

(Zeca Baleiro)

Vai em paz, mestre. Obrigado por tanto

(Serginho Groisman)

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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