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25 lançamentos que estão redesenhando o fim de 2025 na música

Uma curadoria que cruza rock, MPB, indie e música urbana, para entender como a música fechou 2025 em alta tensão criativa

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O final de 2025 na música apresenta um momento criativo intenso, com lançamentos de artistas consagrados e novos nomes.
  • Bandas como Guns N' Roses e Aerosmith estão revisitanto seus legados e colaborando com novas gerações, mantendo relevância no cenário atual.
  • Artistas independentes e novos talentos exploram temas profundos, refletindo sobre identidade e experiências contemporâneas, como no EP de Deborah França.
  • Os 25 lançamentos destacados mostram que 2025 foi um ano dinâmico, com uma mescla de estilos que promete uma continuidade criativa para 2026.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Guns N’ Roses, Lenine e Deborah França estão entre os 25 lançamentos que marcam o fim de 2025 na música Reprodução/Instagram/@gunsnroses/@lenine/@deborahfranca_sobcamadas

Os últimos meses de 2025 não pareceram um simples “fim de ano” na música, mas uma encruzilhada: gigantes revisitando o próprio legado, artistas brasileiros atualizando o rock e a música urbana, projetos independentes transformando vivência em manifesto e uma leva de lançamentos que aponta para 2026 com mais perguntas do que respostas.

A seguir, um panorama crítico dos 25 lançamentos que ajudam a entender esse momento – do rock de estádio ao EP intimista sobre autismo.


1. Guns N’ Roses – “Nothin’ / Atlas”

O Guns N’ Roses reaparece com duas faixas inéditas e recoloca o rock de estádio no noticiário.


Em vez de anunciar um álbum, a banda aposta em single duplo, mantém o interesse aceso e testa a temperatura do público de olho na próxima turnê mundial.

As músicas dialogam com a estética hard rock moderna, flertando com o clima noventista sem soar mera cópia de si mesmos.


É um movimento de manutenção de relevância que trouxe surpresa até para os fãs mais assíduos que já conheciam as obras através de seu vazamento em 2019 – Nothinestá irreconhecível na versão final.


2. Aerosmith feat. YUNGBLUD – “One More Time”

O Aerosmith escolhe o caminho da colaboração geracional, e em One More Time encontra em YUNGBLUD um parceiro estético surpreendentemente natural.

Ao longo de quatro faixas inéditas e uma releitura, a energia contemporânea do britânico se encaixa no hard rock clássico da banda, criando um resultado orgânico, cheio de referências à identidade histórica do Aerosmith, mas com frescor moderno.

A química entre os dois impede qualquer sensação de choque artificial: em vez de dividir o público, o EP tem potencial para agradar tanto fãs tradicionais quanto ouvintes mais jovens.

O encontro funciona como um raro ponto de equilíbrio entre gerações, firme na herança do Aerosmith, mas aberto o suficiente para permitir que YUNGBLUD adicione luz própria ao projeto.

3. Inhaler – “Hole In The Ground”

O Inhaler segue construindo seu lugar na linhagem do rock de arena moderno. “Hole In The Ground” mantém a fórmula que o grupo domina: guitarras expansivas, clima melancólico, refrão preparado para grandes palcos.

A sensação é de continuidade segura, não de ruptura. A banda amadurece, lapida a produção e se firma como um dos nomes mais consistentes de sua geração, mesmo sem reinventar a roda.

4. Stanley Simmons – “Body Down”

Filhos de Paul Stanley e Gene Simmons, Evan Stanley e Nick Simmons poderiam se apoiar apenas no peso dos sobrenomes. Em vez disso, estreiam a dupla Stanley Simmons com “Body Down”, mirando em um folk-rock/Americana polido, mais próximo de Fleetwood Mac do que de KISS.

O single é bem construído, com melodia forte e arranjo elegante. A curiosidade inicial vem do parentesco, mas a música se sustenta por conta própria – o desafio agora é consolidar uma identidade que não dependa da árvore genealógica.

5. Crash Adams – “Wrong Turn Right”

A dupla canadense Crash Adams segue sua trilha de pop radiofônico de alto potencial viral. “Wrong Turn Right” fala sobre tentar salvar um relacionamento antes que acabe. Com produção limpa e refrão grudento, a faixa tem cara de trilha de vídeos curtos.

Dentro da proposta, funciona muito bem. O risco é o mesmo de muitos projetos desse tipo: virar apenas “mais um sucesso de playlist”.

A dupla precisa conseguir, nos próximos lançamentos, aprofundar sua assinatura para além do cômodo formato.

6. Capital Inicial – “Movimento”

Depois de anos sem um lote de músicas totalmente inéditas, o Capital Inicial volta com Movimento, EP enxuto que revisita a veia punk rock da banda.

As características guitarras continuam em evidência, mas convivem com batidas e texturas experimentais. As participações de Thiago Castanho e Kiko Zambianchi mantém a chama de pontes geracionais que sempre renderam coisas interessantes para a banda.

A escolha pelo formato EP deixa claro o espírito do projeto: testar caminhos, medir reação e atualizar o catálogo sem se amarrar a um álbum longo.

7. CPM 22 – “30 Anos Depois”

“30 Anos Depois” é, ao mesmo tempo, carta de amor à própria história e declaração de sobrevivência. O CPM 22 revisita sua fórmula clássica – refrão emotivo, guitarras afiadas, clima de hardcore melódico – para celebrar três décadas de estrada.

Não é um rompimento estético, é reafirmação de identidade. A força da música está justamente em falar diretamente com quem cresceu com a banda e ainda se reconhece naquela mistura de nostalgia e presente.

8. Biquini Cavadão – “Papai Noel / One Horse Open Sleigh”

No pacote de fim de ano, o Biquini coloca sua assinatura em uma faixa natalina. “Papai Noel / One Horse Open Sleigh” é curta, leve e possui um agradável “q” de Raul Seixas.

Soando assumidamente sazonal, ela é mais souvenir que marco de discografia. Serve para manter o nome da banda circulando em playlists temáticas, dar um aceno à tradição e lembrar que ainda há espaço para brincar com o imaginário de Natal dentro do pop rock brasileiro.

9. Lenine – “EITA”

Após uma longa pausa sem álbum de estúdio, Lenine volta com um trabalho compacto e muito consciente de si.

EITA é um mergulho em ritmos e imagens do Nordeste vistos pelo prisma de um artista que já não precisa provar nada para ninguém. Sem dúvida um dos mais significantes lançamentos do ano.

O disco equilibra poesia, experimentação rítmica e um senso de urgência serena.

Não é um “Lenine reinventado”, é Lenine em estado concentrado, uma expansão criativa dentro do seu próprio território, desses trabalhos em que o artista parece acessar uma energia nova sem perder a assinatura.

10. Gilberto Gil – “Raça Humana” (releitura coletiva)

Raça Humana, clássico dos anos 80, ganha nova vida em um projeto colaborativo que reúne diferentes gerações em torno do repertório de Gilberto Gil.

O álbum coloca vozes mais novas e veteranas relendo as faixas sob o olhar de 2025.

O resultado mostra como as canções envelheceram pouco no que dizem sobre o país. As novas versões, em vez de substituir o original, funcionam como comentário – como se o disco, décadas depois, estivesse sendo relido à luz de novas lutas e sensibilidades.

11. Zé Geraldo feat. Landau – “Maluco, Rei e Poeta”

Zé Geraldo se junta a Landau em uma canção que cheira estrada, poeira e teimosia. “Maluco, Rei e Poeta” mantém o espírito de rock rural e folk contestador que sempre acompanhou Zé, com Landau trazendo um tempero mais roqueiro ao arranjo.

É uma música sobre seguir acreditando, mesmo quando tudo parece apontar o contrário. Em meio a tantos lançamentos digitais rápidos, ela soa quase como um manifesto de uma outra era, mas ainda muito pertinente.

12. Selvagens à Procura de Lei – “Y (Deluxe)”

A versão deluxe de Y expande o universo do álbum com faixas extras, versões alternativas e registros ao vivo. A Selvagens à Procura de Lei mostra sua fase mais madura, com um rock alternativo que conversa com temas como ansiedade, futuro e autoimagem.

O deluxe funciona como porta de entrada para novos ouvintes e como aprofundamento para quem já acompanha a banda. É um relançamento que faz sentido, não um simples “enchimento de catálogo”.

13. Molho Negro – “VIDAMORTECONTEÚDO”

Com título que já entrega o tom, VIDAMORTECONTEÚDO é um soco molhado. O Molho Negro dispara faixas poderosas sobre saturação digital, cansaço, performance constante e esse estranho estado de existir entre feed, trabalho e colapso.

Musicalmente, o trio segue no rock alternativo abrasivo, direto, sem medo de soar incômodo. É um disco que parece o reflexo de timelines lotadas, só que traduzido em guitarra, baixo e bateria.

14. Dizturbia – “Sabor Novidade / Dizturbia”

No Dizturbia, Dani Buarque (vocalista e guitarrista na The Mönic) e Fabrizio Martinelli saem da zona de conforto. Gravado de forma caseira, o single duplo “Sabor Novidade” / “Dizturbia” mistura guitarras pesadas, batidas, synths e um clima de indie eletrônico entorpecido.

É um começo que não tenta agradar um público amplo – e isso é justamente o charme.

O projeto parece mais interessado em abrir possibilidades e ser um desaguadouro de novas facetas criativas de seus integrantes do que em entregar algo “polido” só para agradar.

Se a dupla insistir nessa estética, tem potencial de cavar um nicho próprio entre o rock alternativo e o pop experimental.

15. Area 55 – “Don’t Slip Away”

“Don’t Slip Away” posiciona a Area 55 em um lugar interessante: rock moderno com tintas progressivas e atmosfera quase cinematográfica.

É uma faixa de clima crescente, em que o refrão explode mais pela emoção do que pela velocidade.

Pavimentando o discurso em torno da banda, a música sugere um projeto preocupado com construção de universo, não apenas com singles soltos.

16. Baleia Azul feat. Júnior Groovador – “Maremoto”

O ex-duo, agora banda completa, Baleia Azul fortalece sua identidade ao mesmo tempo em que se abre para colaboração de alto impacto.

“Maremoto” chega em duas versões: uma com o baixo de Xitos, (baixista e co-fundador da banda), outra com Júnior Groovador, transformando o feat em exercício de linguagem, e não só em chamariz de cliques.

O baixo se torna protagonista, e a comparação entre as versões ajuda a entender como um único instrumento pode mudar o desenho de uma música. A banda ganha alcance sem perder a chance de discutir sonoridades.

17. Vindicta – “The Face of the Clown”

Nascida de uma ruptura de três integrantes com a sua antiga banda Dogma, a Vindicta estreia com “The Face of the Clown” carregando uma narrativa de bastidores forte: conflitos, direitos artísticos, retomada de controle.

O single entrega um heavy metal robusto, fiel à escola da qual surge, mas o que sustenta o interesse é a sensação de que há algo em jogo para além do som.

Se essa energia de “tomar de volta o que é nosso” se transformar em um álbum consistente, a banda pode ganhar um espaço sólido no metal contemporâneo.

18. DogTreze – “Fôlego Novo”

Representando o novo cenário do rap paulistano, DogTreze chega com um álbum que funciona como declaração de fase.

As participações de Nego Max, Rica Silveira, DJ Negrito, Nick Gomes, Ch1na, Nixara e N Rec Label ampliam o espectro sonoro e mostram um artista disposto a dialogar com diferentes vertentes da cena.

Quando um disco se apoia em várias vozes convidadas, o desafio é de condução. O bom sinal é que a proposta do álbum sugere exatamente isso: um fôlego criativo que nasce da soma de trajetórias.

19. Eruca Sativa – “A TRES DÍAS DE LA TIERRA”

O trio argentino Eruca Sativa entrega em “A TRES DÍAS DE LA TIERRA” um dos trabalhos mais ambiciosos da carreira: rock pesado, elementos folclóricos, orquestrações e letras de forte cunho social.

O álbum fortalece a imagem da banda como um dos grandes nomes do rock latino atual, capaz de dialogar com festivais internacionais sem abrir mão de sua identidade local.

20. Marilina Bertoldi – “Belén” (trilha sonora)

Em Belén, Marilina Bertoldi troca o centro do palco pela função de narradora sonora. O EP de trilha sonora acompanha o filme de mesmo nome, dirigido por Dolores Fonzi, e constrói um clima de tensão, fragilidade e confronto em torno da história de uma jovem acusada de um crime brutal.

É um trabalho que reafirma a versatilidade de Marilina: ela traz sua bagagem do rock, mas a serviço da narrativa cinematográfica, sem roubar a cena, nem se apagar.

21. YMA – “Sentimental Palace”

YMA entrega, em Sentimental Palace, um disco de art pop/neo-psicodelia brasileiro raro na cena atual. O álbum aposta em camadas vocais, arranjos detalhistas e letras que lidam com um caos emocional mais interno do que explícito.

Não é um trabalho de singles fáceis. É álbum para ser ouvido inteiro, com tempo, deixando as faixas se acumularem.

Quem aceitar esse convite encontra uma das obras mais cuidadosas de 2025.

22. Chico Chico – “Let It Burn / Deixa Arder”

O álbum duplo Let It Burn / Deixa Arder coloca Chico Chico em uma rota de expansão. Misturando referências brasileiras e norte-americanas, o disco atravessa do folk ao blues, do gospel a climas mais latinos, com participações que ajudam a ampliar o espectro sonoro.

É um trabalho longo, que exige fôlego do ouvinte, mas que funciona como mapa afetivo e musical. A impressão é de acompanhar um artista em pleno processo de se testar e se encontrar.

23. Kako – “OCANV”

No universo da “uban music” Kako lança a trilogia OCANV (O Céu Abriu e Ninguém Viu), álbum lançado em três discos. Longe do estereótipo de funk/trap, o projeto costura funk consciente, rap e um pop rock acústico influenciado por Charlie Brown Jr., algo que ganha força na faixa “Mundo Louco, Nós Também”, parceria inédita com Thiago Castanho e Marcão Britto.

Trata-se de um trabalho pensado como jornada, não apenas como compilação de singles.

As músicas falam de quebrada, espiritualidade, amor, solidão e sobrevivência, com produção que mistura melancolia, leveza e contundência.

É um álbum conceitual de forte carga emocional, aproximando Kako da figura de cantautor urbano, alguém que usa a linguagem do funk e do rap, mas transcende o formato, criando uma obra que olha para a rua com profundidade, fé e introspecção.

24. Navicula feat. IKLIM – “Harun Namanya”

“Harun Namanya” traz da Indonésia um recorte que poderia muito bem ser brasileiro: a história de um caminhoneiro cuja vida muda a partir do contato com causas ambientais.

Navicula, banda já conhecida pelo engajamento, se junta ao coletivo IKLIM para transformar essa narrativa em rock alternativo com densidade e mensagem clara.

No fim de 2025, em meio a crises climáticas constantes, a música ganha uma ressonância especial. É um lembrete de que o debate ecológico não é tema só de convenções políticas, mas que está plenamente entranhado na música contemporânea.

25. Deborah França – “Sob Camadas”

Fechando a lista, “Sob Camadas” é talvez o lançamento mais visceral de todos. Deborah França, artista autista, transforma sua experiência com autismo, ansiedade, depressão e outras condições em um EP que fala de invalidação, mascaramento, rótulos e autoaceitação.

As músicas não pedem pena, pedem reconhecimento. É um trabalho que desloca o foco da estética para a existência: ouvir Sob Camadas é entrar em contato com uma perspectiva raramente representada na música brasileira.

Terminar o ano com um EP assim diz muito sobre o tipo de conversa que 2026 está disposto a ter.

Fechando 2025

O conjunto desses 25 lançamentos mostra que o fim de 2025 não foi uma “reta final morna”.

Foi um momento em que lendas como Guns N’ Roses, Aerosmith, Lenine, Gil e nomes clássicos do rock nacional provaram que ainda têm algo a dizer; em que bandas como Selvagens, Molho Negro, Dizturbia, Area 55, Baleia Azul e Vindicta empurraram o rock para novos cantos; em que artistas como YMA, Chico Chico e Kako trataram sentimentos, fé e quebrada com profundidade; e em que Navicula, Dogtreze e, sobretudo, Deborah França lembraram que música também é ferramenta de representação e disputa de narrativa.

Se 2026 vai manter esse nível, ainda não dá pra saber. Mas dá pra afirmar que 2025 fechou em alta tensão criativa, e esses 25 lançamentos são uma boa prova disso.

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