Show de Júlia Smith, cantora revelada por Buchecha, une pop, soul e funk no Teatro Unibes
A cantora apresentou o show autoral Existe Amor Aqui 2025, relembrou parceria com Buchecha e uniu Tim Maia, Bruno Mars e Cazuza em noite intimista.

Em minha estadia no Brasil, tive a oportunidade de assistir à apresentação da cantora e guitarrista Júlia Smith, no teatro Unibes Cultural, em São Paulo. O show confirmou o carisma e a boa energia que Júlia transmite nas redes, e nos faz entender porque o cantor Buchecha a escolheu para gravar o feat de “Sinônimos”.
Com um repertório ancorado no pop, Júlia atravessa nuances de R&B, soul, funk e até rock. O resultado é como uma mistura de John Mayer, Tim Maia, Bruno Mars e Nando Reis, mas também revela uma linguagem própria, algo que já desponta na sua forma de compor e interpretar. Há sinceridade em sua entrega e um astral good vibes que conecta com o público — elementos que fortalecem sua presença artística.
Canções já conhecidas de sua discografia, como “Se Você”, “Não Foi Acaso” e “Tudo Vai Passar”, funcionaram bem no setlist, sobretudo quando Júlia trouxe o público para cantar junto. O bis em “Tudo Vai Passar” mostrou a força dessa faixa na trajetória da artista. Sua versão de “Exagerado”, do Cazuza, é forte e permite a artista brilhar em sua guitarra.
Um dos pontos altos foi o relato pessoal sobre a parceria com Buchecha, seguido da execução de “Sinônimos” em um medley que homenageou Claudinho & Buchecha. Esse momento mostrou a versatilidade de Júlia em transitar entre diversos universos da música popular.
Banda que eleva o espetáculo
A artista ainda tem ajustes a fazer na dinâmica de palco — especialmente nas transições técnicas entre instrumentos e equipamentos —, contudo a banda que a acompanha compensa qualquer deslize.
Formada por nomes de peso como Roberto TalkBox (teclados, produtor de Mano Brown), Raphael Sampaio (trompete, vencedor de Grammy Latino com Hermeto Pascoal), Israel Lúcio Ferreira (baixo, Racionais), Yara Oliveira (bateria, Mariana Aydar), além dos backing vocals Victória Kíu e Kabraw, o grupo entrega precisão técnica e emoção. Em vários momentos, a performance instrumental era apreciada como um espetáculo à parte.
A participação especial de Balara trouxe uma pausa intimista, com atmosfera acústica que remete a Nando Reis. Esse contraste deu fôlego ao show e acrescentou humor e leveza ao conjunto.
Já no encerramento, o mashup de Tim Maia, Bruno Mars e Dua Lipa apresentou ousadia e energia.
Os blocos no qual o show foi construído carecem de um fio condutor mais preciso que os tornem memoráveis além do impacto imediato que causam. O roteiro de espetáculo é criativo e a escolha do repertório é assertiva, mas pode ganhar mais grandeza em futuras apresentações.

Júlia Smith demonstra ser uma artista profissional, carismática e musicalmente preparada, com uma base de fãs atenta e ativa nas redes. Seu show é promissor para o grande circuito do mercado, e será ainda mais poderoso à medida que Júlia alinhar a logística de palco à performance e narrativa.
A sensação é de que estamos diante de uma artista prestes a decolar para o público de massa. Júlia Smith é singular, tecnicamente madura e com espaço para lapidar sua linguagem e conquistar voos ainda maiores.
Conheça mais do trabalho de Júlia no player abaixo:
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