Turnê do Coldplay chega ao metaverso; saiba como vai funcionar

A fusão entre música ao vivo e realidade virtual acaba de ganhar um de seus casos mais emblemáticos. Meta e iHeartMedia anunciaram que a turnê Music of the Spheres, do Coldplay, será transformada em uma experiência em realidade virtual acessível dentro da plataforma Meta Horizon.

Fãs de qualquer lugar do mundo poderão “participar” do show em um ambiente imersivo, sem sair de casa. A iniciativa levanta questões importantes sobre o futuro da música ao vivo e da cultura de fandom digital.

No centro dessa iniciativa está uma gravação especial realizada no estádio de Wembley, em Londres, utilizando 15 câmeras para captura de imagens estereoscópicas em 180°.

O resultado é uma experiência imersiva que será disponibilizada gratuitamente no Meta Horizon em 30 de dezembro, compatível com visores Meta Quest e também por meio do aplicativo móvel da plataforma.

Além do show em realidade virtual, a banda também marca presença em outros espaços do ecossistema VR. A parceria inclui um pacote de músicas para o jogo Beat Saber, com 12 faixas do grupo, disponível por US$ 15, além de sessões temáticas no aplicativo de fitness Supernatural, ampliando as formas de interação com o repertório da turnê.

Por que isso importa?

A iniciativa amplia a escala do acesso ao espetáculo ao permitir que fãs que jamais conseguiriam viajar para ver o Coldplay ao vivo tenham contato direto com a turnê. Ao mesmo tempo, abre espaço para novos modelos de monetização, nos quais jogos, experiências de fitness em VR e conteúdos extras passam a gerar receita além do ingresso tradicional.

Ainda assim, o movimento levanta um debate inevitável sobre autenticidade: há quem questione se experiências virtuais conseguem preservar a energia, a imprevisibilidade e o impacto emocional de um show presencial ou se acabam diluindo parte do que torna o ao vivo único.

Esse lançamento se insere em um contexto mais amplo em que eventos musicais em ambientes virtuais se tornam cada vez mais frequentes, acompanhados de debates sobre relevância cultural, escala e adoção pelo grande público.

A aposta de Meta e iHeartMedia sugere que grandes artistas e corporações veem na realidade virtual uma extensão natural do entretenimento ao vivo, especialmente para audiências globalmente distribuídas.

Em resumo, a Music of the Spheres em VR marca um passo ousado para além do palco físico. Resta saber se esse formato redefine de forma permanente a maneira como consumimos música ao vivo ou se atua apenas como complemento às experiências presenciais. Só o tempo e a aceitação do público dirão.

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