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Odair Braz Jr - Blogs

Acreditar em 'superaudiência' de Faustão na Band é coisa de quem não entende nada de TV

Muitos esperavam que o apresentador poderia levar muito público para seu novo canal, mas a realidade é bem outra

Odair Braz Jr|Do R7

Faustão e Anne Lottermann na estreia do apresentador na Band
Faustão e Anne Lottermann na estreia do apresentador na Band

Faustão deixou a Globo, foi para a Band e seu contratante tinha expectativas altas, imaginava que a nova atração poderia alcançar e ficar na faixa dos 6 pontos de audiência já no primeiro mês. A realidade dura é que Fausto fica, em geral, entre 3 e 4 pontos. Mais para 3,5, na verdade.

É fato que o apresentador e seu programa diário aumentaram a audiência da Band no horário, mas este mês e meio no ar já mostra que Fausto parece não ter forças para superar Record TV e SBT, segundo e terceiro lugares respectivamente no Ibope no mesmo horário. Se conseguisse mesmo atingir os 6 pontos pensados inicialmente, iria, no máximo, ultrapassar o canal de Silvio Santos. O que, diga-se, seria uma boa coisa para a Band.

Mas só quem não entende muito de TV poderia acreditar na possibilidade de Faustão realmente bombar em audiência e conseguir pontos robustos no Ibope. Uma coisa é o apresentador no domingo à tarde, na Globo, onde era líder no horário há anos — embora com audiência cada vez menor em relação a anos anteriores. Fausto, em 2021, teve uma média de 16 pontos no Ibope. No passado, esta média já esteve na casa dos 25 pontos, por exemplo. Quer dizer, o Domingão perdeu público com o passar do tempo. Repetir a mesma fórmula, agora na Band, durante a semana não parece ser a melhor saída. Embora muito bem produzido, muita gente esperava que Faustão fosse fazer um programa diferente, também superproduzido, com a competência que ele e sua equipe estão mostrando, mas diferente.

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Muito se fala hoje sobre Faustão ser uma alternativa no horário para quem não quer ver novelas ou telejornais. E ele realmente é isso. Mas, vamos combinar aqui, que ainda na Globo o Domingão já era uma atração desgastada/ultrapassada. Fausto apresentava já meio que no piloto automático, sabíamos todas as piadas, os trocadilhos, os quadros e por aí vai.

Quando o apresentador anunciou que estava indo para a Band, pensou-se que fosse fazer algo novo, um programa que estivesse realmente a fim de comandar para sair da zona de conforto da Globo. Fazia todo o sentido.


Então, mas o apresentador chegou na Band para fazer exatamente a mesma coisa de seu antigo canal, apenas desmembrando os principais quadros e exibindo-os um por vez a cada dia da semana. Veja: o programa de Fausto no domingo era, trocando em português claro, um marasmo. Dava lá seus 13, 14, 18 pontos porque as pessoas estavam acostumadas a deixar a TV ligada na Globo para, em algum momento, ver algo que realmente estivessem com vontade. E alguns quadros consagrados, como Dança dos Famosos e Arquivo Confidencial faziam o serviço de segurar a audiência. No domingo, funcionava.

Vale lembrar que a briga pela audiência no horário nobre durante a semana é algo bem difícil. Fausto tem de brigar com Jornal da Record e novelas da Record, Jornal Nacional e novelas da Globo e, no SBT, tem o Ratinho. São atrações que o público já está acostumado a ver há anos. E, embora Faustão seja mesmo uma alternativa e uma novidade no horário, não é nada fácil fazer as pessoas mudarem um costume de anos e anos.


Fora tudo isso, a Band tem um alcance bem menor no país do que Globo, Record TV e SBT. Por mais que Fausto e sua equipe caprichem no programa (e eles capricham), atingir um público gigantesco no Brasil é algo que não acontece facilmente para o canal. É mais ou menos o que acontececom a Fórmula 1 no canal. Na Globo, as corridas davam 15, 16, 17 pontos no Ibope. Na Band, os números batem em 5 a 7 pontos, normalmente.

Faustão sabe dar audiência, já fez isso durante anos, mas talvez a estratégia tenha de ser outra. Talvez fazer um programa semanal ou duas vezes por semana... O que não dá é para continuar como está.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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