Chadwick Boseman e Pantera Negra causaram revolução na Marvel
Ator que interpretou o herói negro nos cinemas morreu na noite de sexta-feira, vítima de câncer; Pantera Negra 2 já havia sido anunciado
Odair Braz Jr|Do R7
Pantera Negra não foi apenas um filme qualquer da Marvel. Foi um dos mais importantes da história do estúdio porque foi a oportunidade de um super-herói negro protagonizar uma superprodução. E era Chadwick Boseman quem estava lá para ser o herói de toda uma raça.
É verdade que já houve outros filmes no passado estrelados por atores e personagens negros, como são os casos de Spawn e Aço, ambos de 1997, mas não dá para dizer que foram produções de primeira linha. Ambos são personagens de HQs - Aço, vivido por Shaquille O'Neal, é da DC Comics -, mas foram longas com orçamentos baixos, um tanto quanto ruinzinhos e que não chegaram a fazer grande sucesso.
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Assim, Chadwick Boseman assumiu um papel importantíssimo no cinema. Estreando no personagem em Capitão América: Guerra Civil, o ator já mostrou uma grande desenvoltura no personagem, além de um preparo físico incrível. Aliás, quando filmou este longa, Chadwick já havia sido diagnosticado com o câncer que o levou à morte nesta sexta (28). O ator não revelou sua doença e seguiu trabalhando no cinema.
Já em Guerra Civil, a presença do Pantera Negra foi incrivelmente bem recebida, afinal, o super-herói africano aparecia no filme num papel importante para a história que envolvia vários personagens da Marvel como Capitão América, Homem de Ferro, Hulk, entre outros. Aqui, o Pantera não era um sidekick, um parceirinho do herói principal. Ele era o Pantera Negra, Rei de Wakanda. Isso foi em 2016, quando Guerra Civil chegou às telas.
Trailer de Pantera Negra:
E a coisa cresceu e ficou melhor ainda com o filme próprio do herói africano. Pantera Negra foi lançado em 2018, foi uma superprodução da Marvel com orçamento grande e teve a sensacional bilheteria de US$ 1,3 bilhão no mundo todo. Assim, o filme conseguiu derrubar vários mitos de uma vez só. O principal deles era a lenda de que um filme protagonizado por um negro não renderia bilheteria. Bem, não só deu uma dinheirama como o estúdio já havia anunciado a continuação para 2022.
Mas mais do que dar dinheiro, Pantera Negra tem sua importância na história por ser o primeiro filme de um super-herói negro da Marvel e por levar diversidade ao cinema. A Marvel Studios, em seus filmes recentes, já trazia personagens negros, como o Falcão, Nick Fury, Máquina de Combate e Heimdall. Acontece que nenhum desses eram exatamente os protagonistas da história, embora Nick Fury, por exemplo, tenha um papel central nas produções. E com Pantera Negra isso mudou.
Quem acompanhou o lançamento do longa deve se lembrar da comoção causada junto a famílias negras, que compareceram em massa aos cinemas. Vários vídeos foram colocados na internet mostrando a importância de crianças e adultos vendo aquele longa com um personagem africano.
E é isso: o Pantera Negra é mais do que um super-herói negro, ele é um rei, o monarca de Wakanda, país africano imaginário que é incrivelmente avançado tecnologicamente e uma verdadeira potência mundial dentro do universo Marvel.
Agora diga: quantas vezes você já viu no cinema um personagem negro com tanto poder, com tamanha grandiosidade? Dá para contar nos dedos de uma mão talvez.
Com todos esses ingredientes reunidos, Pantera Negra trouxe representatividade e diversidade ao cinema e aos filmes de super-heróis. E Chadwick é parte central nisso tudo, porque ele sabia dessa importância e tinha noção exata de seu papel naquele momento. Dá para dizer que o filme e o personagem causaram uma revolução no cinema e na Marvel. Uma importância tão forte que o longa foi indicado a vários Oscar, inclusive às principais categorias, coisa incomum para um filme de super-herói.
Em tempos de Black Lives Matter, Chadwick Boseman morre, mas o símbolo que deixa é algo que não vai sumir nunca.
Wakanda forever!
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