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Odair Braz Jr - Blogs

Cinco vezes em que Guerra Infinita arrebenta com a Liga da Justiça

DC ainda tem muito o que aprender para se dar bem no cinema; Enquanto isso, a Marvel voa sozinha

Odair Braz Jr|Do R7

Heróis entram em ação contra o exército do vilão Thanos
Heróis entram em ação contra o exército do vilão Thanos

O novo filme dos Vingadores chega aos cinemas nesta quinta (26) e é mais do que um filme, é um verdadeiro evento. Reúne um número gigantesco de super-heróis que se unem para enfrentar o vilão Thanos, que está em busca das Joias do Infinito. Leia a crítica.

Quem acompanha os filmes de quadrinhos sabe que a comparação entre Guerra Infinita e Liga da Justiça é imediata. Claro que há diferenças entre eles, mas no fim das contas são produções que chegam para amarrar os universos dos personagens da Marvel e DC. Uma das principais diferenças é que a Marvel construiu seu mundo no cinema de uma maneira mais bem estruturada, com mais filmes e com um acabamento melhor. A DC, vendo o sucesso da concorrente, tratou de correr atrás, mas de forma atabalhoada e apressada. O resultado foram filmes fracos, no geral e uma tragédia chamada Liga da Justiça.

Veja porque Vingadores: Guerra Infinita é mil vezes melhor que o longa dos supergrupo da DC Comics:

VILÕES


O vilão Thanos é extremamente bem feito
O vilão Thanos é extremamente bem feito

A grande promessa de Liga da Justiça era a de que os heróis enfrentariam Darkseid, um megavilão equivalente a Thanos. Uma pena que isso não aconteceu e a equipe teve de encarar o Lobo da Estepe, um pau mandado de Darkseid. O ser espacial que ficou frente a frente com Batman, Superman, Mulher Maravilha e cia, era um amontoado de efeitos em 3D que parecia uma borracha em forma humanoide e que se movimentava de maneira esquisita. Mais do que isso, graças ao roteiro, virou um vilão clichê, daqueles que gritam “vou dominar o mundo” e dá aquela risada maligna. É provável que Darkseid tenha ficado para um segundo ou terceiro filme, assim como Thanos só entrou de verdade neste Guerra Infinita. O problema é que a DC amarrou seu universo cedo demais, com apenas poucos longas na bagagem. O próprio Batman, um dos pilares da editora, não tem nenhum filme próprio nessa fase de universo expandido da DC. A editora queimou etapas e isso a prejudicou bastante nas telas.

E aí você pega este terceiro Vingadores. É de fazer chorar qualquer executivo da Warner que tenha alguma ligação com o filme da Liga da Justiça. Incrivelmente bem construído digitalmente, o personagem tem a interpretação de Josh Brolin, quer dizer, não é apenas um amontoado 3D, como o Lobo da Estepe. Tem realmente alguém dando vida ao vilão e isso o deixa bastante crível.


Lobo da Estepe, vilão do filme da Liga
Lobo da Estepe, vilão do filme da Liga

O que também ajuda Thanos e dar um baile no vilão da DC é que ele é também bem construído psicologicamente. É um vilão, um cara atrás de poder, mas que tem uma motivação diferente. Ele não quer apenas dominar o universo para escravizar todo mundo. Sua intenção é outra (veja o filme para saber). Assim, Thanos não é um inimigo boboca, é “o” inimigo. Talvez, um dia, a DC chegue nesse nível, mas está difícil.

HERÓIS PRONTOS


Em Guerra Infinita vemos super-heróis determinados, fortes, definidos em atuação. Você olha para o Thor e vê que ele é um herói, o mesmo vale para Homem de Ferro, Doutor Estranho, Homem-Aranha etc.

Guerra Infinita tem heróis prontos
Guerra Infinita tem heróis prontos

Na Liga da Justiça estão lá um Flash extremamente piadista, um Ciborgue que não serve para nada, Superman que não se sabe direito de que lado está, Batman fazendo uns planos malucos e apenas a Mulher Maravilha segurando a barra de fato. Resumindo: a Liga é um amontoado de super-heróis batendo cabeça. Enquanto isso, a Marvel juntou um número muito superior de personagens e conseguiu dar sentido a cada um deles.

ROTEIRO

Quando a gente pensa no roteiro de cada um desses dois filmes, vemos uma discrepância incrível. Guerra Infinita consegue empacotar todo o universo DC de uma maneira coesa. Há um encadeamento de ações que culmina nessa aventura espetaculosa. Embora haja um número grande de personagens, com mais destaques para uns que para outros, existe espaço para todo mundo brilhar um pouco. E sempre de um jeito que faça sentido. Quem pode fazer mais, aparece mais. Quem não tem tanto poder para encarar a ameaça, surge na tela do jeito que pode, mas de uma maneira bem estruturada.

Em Liga da Justiça, de novo, o que se vê é um bando em ação. Não existe química entre os heróis. Ciborgue e Flash destoam completamente dos outros e a construção desses dois é uma coisa que incomoda na história. Além de não dar unidade aos personagens, a história surge com elementos estapafúrdios e deixa de lado um monte de coisas construídas nos longas anteriores. O plano de Bruce Wayne para trazer Superman à vida não faz o menor sentido. Fora que os roteiristas simplesmente esqueceram que no final de Batman v Superman, já havia um sinal de como o herói retornaria dos mortos (lembra da terra mexendo em cima do caixão?).

A Liga ficou devendo no cinema
A Liga ficou devendo no cinema

Novamente: há três filmes dos Vingadores contra apenas um da Liga. Esse filme inicial da DC é o começo da história desses personagens. A questão é que ele chegou cedo demais, num universo ainda embrionário. Liga da Justiça saiu depois de quatro longas que não conversam bem entre si. Do lado da Marvel, tivemos cinco produções que conseguem uma conexão muito boa um com o outro. E isso faz/fez toda a diferença.

DIREÇÃO

Como um complemento do roteiro, a direção de Guerra Infinita foi um ponto positivo. Os irmãos Russo conseguiram equalizar uma quantidade enorme de personagens. Fizeram isso explorando todas as possibilidades que tinham em mãos em 2h30 de filme. Conseguiram não deixar heróis rasos demais ou estereotipados demais. E ainda conduziram tudo com maestria, dando peso à história, criando climas que vão do humor ao drama máximo e tudo sem pieguice.

Os heróis do filme da Liga da Justiça
Os heróis do filme da Liga da Justiça

Bem, em Liga da Justiça o bicho pegou. Houve um grande problema aqui porque Zack Snyder, diretor original, teve de deixar o projeto. Entrou em seu lugar Joss Whedon, que teve de refazer um monte de cenas. O resultado na tela foi um Frankenstein com momentos que não fazem muito sentido. Grandiloquente demais, o longa abusou das poses e cenas bregas, o que ajudou a destruir a reputação da superequipe.

CENAS ÉPICAS

Quando você assiste a Guerra Infinita entende o que são cenas épicas de verdade. Há algumas cenas icônicas, emblemáticas e que ficarão registradas para sempre na mente dos fãs. Não dá para falar muito delas aqui sem estragar a surpresa, mas Thor aparece em uma que é altamente emocionante. Homem de Ferro também. Pantera Negra é outro que dá um show e assim acontece com alguns outros heróis. E tudo muito bem balanceado entre ação, humor e drama.

Capitão América tem momentos épicos na trama
Capitão América tem momentos épicos na trama

Na Liga da Justiça é aquela coisa, né? Há tentativas de cenas grandiosas e algumas até conseguem ser minimamente satisfatórias, mas no geral a coisa toda não convence. Se esforce aí para pensar numa sequência que tenha ficado na sua memória. Alguma que você diga “nossa, essa foi sensacional”. Não há.

Infelizmente a DC tem de se esforçar muito mais para se dar bem nas telas. Enquanto isso não acontecer, vão continuar comendo poeira da Marvel.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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