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Críticos detonaram Rita Lee nos anos 80 por se afastar do rock

Jornalistas e especialistas em música não gostaram do sucesso que a cantora começou a fazer naquele início de década

Odair Braz Jr|Do R7

Rita, com seu filho Beto Lee, ao fundo, num show na Avenida Paulista, em 2006
Rita, com seu filho Beto Lee, ao fundo, num show na Avenida Paulista, em 2006 Rita, com seu filho Beto Lee, ao fundo, num show na Avenida Paulista, em 2006

Você sabe, Rita Lee apareceu para o mundo da música com o grupo Os Mutantes, puro rock que marcou o fim dos anos 1960. Era rock na veia.

Mais tarde, ela saiu da banda e seguiu em carreira solo também absolutamente roqueira. São dessa fase álbuns megaclássicos como Build Up (1970), Fruto Proibido (1975), Entradas e Bandeiras (1976), Babilônia (1978 — estes três últimos já com a banda Tutti-Frutti, de onde saíram canções como Dançar Pra Não Dançar, Ovelha Negra, Miss Brasil 2000 etc.

Até aí, tudo bem. Rita era rock'n'roll total, e a crítica a adorava. O problema começou no início dos anos 1980. Na verdade, a coisa começou a pegar mesmo em 1979, com o álbum Rita Lee.

A partir desse disco, a cantora começou a mudar um pouco seu som, passou a seguir um caminho, digamos, um pouco mais pop. Vieram LPs como Rita Lee (1980), Saúde (1981), Rita Lee e Roberto de Carvalho (1982), Bombom (1983). Nessa época, ela, junto com seu marido, Roberto, lançaram hits como Mania de Você, Lança Perfume, Banho de Espuma, Flagra, entre outros.

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De fato, essas faixas eram menos "guitarreiras" do que aquelas lançadas nos anos 1970. Eram mesmo mais suaves, menos rasgadonas. Tanto é que esse jeito novo de cantar fez com que Rita virasse figurinha carimbada em praticamente todas as rádios do Brasil e também em trilhas sonoras de novelas. Aliás, quando passou a frequentar os folhetins televisivos, aí sim é que os críticos espumaram de ódio dela.

O lance é que, com raiva ou não dos jornalistas, Rita atingiu um nível de popularidade altíssimo. Suas canções viralizavam alucinadamente, mesmo que esse termo não existisse naqueles dias.

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Só que a crítica não gostou de nada disso. E Rita foi achincalhada pela rapaziada, que detestou esse seu pseudoafastamento do rock. Muitos a acusaram de estar fazendo "boleros", "música água com açúcar", e de manchar seu passado rock'n'roll.

Até dá para considerar que Rita se afastou um tantinho do rock, mas nem tanto assim também. Não era nem um pouco o caso de considerá-la uma traidora do gênero ou qualquer coisa do tipo. Na verdade, Rita percebeu que poderia atingir mais um monte de gente com um som um pouco diferente, mais pop. Dezenas de outros artistas fizeram isso naquela época. Tem o Kiss, por exemplo, que se entregou à disco music naquele início de anos 80 e se tornou também extremamente popular. E nem por isso deixou de ser rock.

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O mesmo vale para Rita. Que, aliás, não se prendia apenas a este cercadinho do rock. Ela era muito mais que isso: era bossa-nova, pop, MPB, jazz etc.

E, apesar de ser de tudo um pouco, ela nunca deixou o rock de lado, nunca se divorciou da guitarra, como já disse um crítico no passado. Pelo contrário. Já naqueles anos ela continuava sendo a encarnação do estilo no Brasil. Se Raul Seixas era o rei do rock, ela já era a nossa rainha.

Nessa fase, os discos da Rita venderam como nunca. Ela passou a ser reconhecidamente como uma hitmaker e uma grande vendedora de álbuns. E nenhuma outra mulher vendeu tantos LPs e CDs quanto ela por aqui.

Apesar dos críticos.

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