Dave Grohl, do Foo Fighters, provoca Taylor Swift e fãs da cantora resgatam passado negacionista da banda
Banda defendia instituição que dizia que remédios contra o HIV eram responsáveis por causar a doença
Taylor Swift tem um mundo de seguidores e fãs, tudo na casa dos milhões e, talvez por isso, não seja muito bom mexer com a cantora. E provocar a moça foi exatamente o que fez Dave Grohl, líder do Foo Fighters, há alguns dias.
Grohl, durante um show de sua banda na Inglaterra, no último sábado (22), insinuou que a banda que acompanha Taylor Swift em suas apresentações não toca realmente ao vivo. Ele disse: “Gostamos de chamar nossa turnê de Errors Tour. Já tivemos mais que algumas eras, e mais que alguns erros. Alguns. Isso porque tocamos ao vivo de verdade. O quê?? Só tô falando! Vocês gostam de rock’n’roll ao vivo, né? Então vieram ao lugar certo”.
“Errors tour” é uma referência de Dave à turnê de Taylor, a famosa The Eras Tour. Então, ele obviamente estava falando da loirinha e denunciando que a banda da moça faz playback. Ele não apresentou nenhuma prova sobre isso, só cutucou mesmo.
Enfim, a conversa do guitarrista e cantor do Foo Fighters despertou a ira dos fãs da moça. E sabem o que os admiradores dela fizeram? Revelaram um podre bem podre do passado do grupo.
Os swifities resgataram um momento negacionista e bem feio do Foo Fighters. No ano 2000, a banda, puxada pelo baixista Nate Mendel, apoiou o instituto Alive & Well, que basicamente dizia que o HIV era um vírus inofensivo e que o que causava a doença eram os medicamentos receitados. Assim, a instituição defendia que as pessoas contaminadas pelo vírus deixassem de usar o coquetel de remédios.
Quem começou este movimento foi Christine Maggiore, portadora do vírus e que lançou o livro What If Evertyghing You Thought You Knew About AIDS Was Wrong? (em tradução livre “E se tudo o que você achou que sabia sobre a AIDS estiver errado?”). Maggiore era a principal defensora desta tese maluca e anticiência e, por isso mesmo, não se medicava contra a doença.
Pior do que isso, Christine teve uma filha — Eliza — e não tomou os cuidados necessários para não infectá-la após o nascimento. Amamentou a menina, que contraiu o vírus. Como não tomava o coquetel, a criança morreu aos 3 anos, em 2005. Em 2008, Maggiore também foi a óbito devido a complicações causadas pelo HIV.
E o Foo Fighters apoiou tudo isso. Em 2000, a banda fez um show para arrecadar dinheiro para o Alive & Well. Também colocou em seu site um link para a instituição.
Depois das mortes de Christine e de sua filha, o grupo deixou de tocar no assunto, tirou o link de sua página e morreu a história. O Foo Fighters nunca veio a público se explicar sobre o tema. Também nunca assumiu publicamente que errou.
É verdade que a banda, nos anos posteriores, fez diversas ações bacanas e defendeu causas interessantes e nobres. Mas esta mancha sobre a Aids está aí até hoje, como os swifities fizeram questão de nos lembrar.
Grohl e seus companheiros deviam aproveitar o falatório sobre esta fase negacionista e vir a público assumir e se desculpar por este desvio de rota. Seria legal da parte deles.
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