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Na estreia em São Paulo, Paul McCartney faz show infalível, obrigatório e emocionante

Ex-beatle se apresentou durante 2h30 no estádio do Palmeiras e tocou hits de sua ex-banda e também da carreira solo

Odair Braz Jr|Do R7

Paul McCartney no início de seu primeiro show em São Paulo, nesta quinta-feira (7)
Paul McCartney no início de seu primeiro show em São Paulo, nesta quinta-feira (7) Paul McCartney no início de seu primeiro show em São Paulo, nesta quinta-feira (7)

Ver Paul McCartney se apresentar ao vivo, aos 81 anos, é um privilégio, e centenas de milhares de pessoas já perceberam isso. Até porque o ex-Beatle está em sua décima turnê pelo Brasil e sempre, todas as vezes, com estádios lotados até a tampa. E o motivo para isso é fácil de entender: Paul é um dos músicos mais importantes e fundamentais do planeta e ajudou a construir a trilha sonora mundial dos últimos 60 anos.

E o inglês, diante de 48 mil pessoas, deixa bem evidente toda essa importância em seus shows e, de maneira simples, divertida e simpática, dá uma aula de rock, de música e de perfeição. Nesta quinta-feira (7), no estádio do Palmeiras, Paul se apresentou sem intervalos durante 2h30 e só não fez chover — o que seria bem-vindo diante do calor da noite. Ele colocou as pessoas para sorrir, dançar, chorar de emoção. É um show obrigatório, daqueles que a gente tem que ver se tiver a oportunidade.

Nesta primeira de três apresentações da Got Back Tour na capital paulista (tem mais no sábado, 9, e no domingo, 10), o músico mostrou basicamente a mesma estrutura de canções que vem tocando por aqui desde 2010. Há mudanças pontuais de músicas, e o público é presenteado com muita coisa dos Beatles, obviamente, mas também com várias canções da bem-sucedida carreira solo de McCartney, o que inclui material da banda Wings, que formou nos anos 1970.

O show começou às 20h30, com Paul num terninho escuro caprichado, botinhas e seu clássico contrabaixo Hofner. Ele abre a noite com a para lá de clássica Can’t Buy me Love, dos Beatles. Aí, ele já manda um "oi, São Paulo. Boa noite, manos". A plateia já estava entregue.

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Acompanhado de seu grupo de músicos já de décadas, o inglês manda uma sequência de canções um pouco menos famosas de sua antiga banda e de sua fase no Wings. Vira um grande show de canções não óbvias, com Paul mostrando que não está ali só para tocar os sucessos manjados. Então, o público ouve músicas como Junior’s Farm, Letting Go, She’s a Woman, Got to Get You Into My Life, Let Me Roll It, Getting Better.

Em Letting Go, a terceira da noite, já vem uma surpresinha com os músicos do naipe de metais tocando seus instrumentos no meio do público, na arquibancada. Um sustinho divertido. Antes da terceira canção, Paul conversa com os fãs: “Esta noite vou tentar falar um pouco de português. Um pouquinho. Esta é uma música antiga dos Beatles, She’s a Woman”.

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Em Let Me Roll It, Paul deixa o baixo de lado e vai para a guitarra, na primeira troca de instrumentos da noite, que ainda incluiria, violão, bandolim e piano.

Paul, com seu baixo Hofner, acena para o público durante show no Allianz Parque
Paul, com seu baixo Hofner, acena para o público durante show no Allianz Parque Paul, com seu baixo Hofner, acena para o público durante show no Allianz Parque

Depois de I’ve Seen a Face, o músico fala novamente com o público: “Hora de voltar no tempo: esta é a primeira canção que os Beatles gravaram, In Spite of All the Danger”, que é da época em que a banda ainda se chamava The Quarrymen. Ele explica que a música foi registrada ainda em Liverpool, cidade natal dos Beatles. Na sequência é a vez de Love Me Do, single de estreia do quarteto. Festa generalizada com todo mundo cantando junto com força total.

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Com um bandolim, Paul fica sozinho no palco, que se eleva numa plataforma, e ele toca a linda Blackbird. Dedica Here Today a John Lennon, “meu querido amigo”. E dá-lhe clássicos dos Beatles e do Wings com Lady Madonna, Queenye Eye, Being the Benefit of Mr. Kite e Jet.

Something, megaclássico dos Beatles composta por George Harrison, é tocada em homenagem ao ex-Beatle. Paul começa tocando sozinho a música, e aos poucos o restante da banda aparece. Ao final, McCartney agradece ao ex-companheiro: “Obrigado, George, por ter escrito esta linda canção”. Linda mesmo.

A sequência final da primeira parte do show é simplesmente matadora com Ob-La-Di Ob-La-Da, Band on the Run, Get Back, Let It Be, Live and Let Die (com pirotecnia no palco) e Hey Jude. Que outro músico no mundo pode tocar tantas músicas incríveis assim uma atrás da outra? Não muitos.

Paul e seus músicos se despedem, mas todo mundo sabia que ainda teria um longo bis só com Beatles. A turma volta ao palco e Paul diz: “Vocês querem mais? Ok. Esta canção é muito especial para mim". E toca I’ve Got a Feeling. Segundos depois, John surge no telão fazendo um dueto com Paul. As imagens de Lennon são do show dos Beatles no telhado do prédio da gravadora Apple, Londres, em 1969, a última apresentação pública ao vivo da banda. A voz de John foi isolada digitalmente do restante dos instrumentos e aparece cristalina no estádio. Um dos telões mostra Paul ao vivo, enquanto o outro exibe Lennon. Não precisa nem dizer que foi bem emocionante, né? McCartney disse ao final da música: “É muito especial para mim cantar com John”. A gente entende. Tinha um povo chorando neste momento.

E tome clássicos: Birthday, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, a pesadona Helter Skelter, a linda Golden Slumbers, Carry That Weight e The End. Paul se despede do público sob uma chuva de papel picado.

O saldo do show é para lá de positivo. Não dá para errar com o repertório que Paul tem em mãos e praticamente qualquer coisa que ele toque vai agradar a todos. É verdade que o ex-Beatle tirou algumas músicas em relação ao que vinha fazendo lá fora, talvez por causa do calor, não se sabe. É verdade também que muitos clássicos ficaram de fora, como The Long and Widing Road, Eleanor Rigby, Strawbery Fields, Help, Yesterday e várias e várias outras. Paciência, não dá mesmo para tocar tudo, e ele já apresentou alguns destes hits em outras turnês por aqui.

O fato é que Paul McCartney, aos 81 anos, continua um músico fundamental, único e que não apela para o saudosismo barato para agradar. É muito legal — talvez essencial — poder vê-lo em ação ainda hoje. Um beatle é para sempre, e Paul sabe disso. Sorte nossa.

Veja as músicas tocadas por Paul nesta quinta:

Can't Buy Me Love

Junior's Farm

Letting Go

She's a Woman

Got to Get You Into My Life

Come on to Me

Let Me Roll It

Getting Better

Let 'Em In

My Valentine

Nineteen Hundred and Eighty-Five

Maybe I'm Amazed

I've Just Seen a Face

In Spite of All the Danger

Love Me Do

Dance Tonight

Blackbird

Here Today

New

Lady Madonna

Jet

Being for the Benefit of Mr. Kite!

Something

Ob-La-Di, Ob-La-Da

Band on the Run

Get Back

Let It Be

Live and Let Die

Hey Jude

BIS:

I've Got a Feeling

Birthday

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise)

Helter Skelter

Golden Slumbers

Carry That Weight

The End

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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