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O filme mais esperado por dez entre dez adolescentes já está lotando as salas de cinema do Brasil, com gente fantasiada e aplausos efusivos. Five Nights at Freddy’s é inspirado num game de sucesso jogado sem parar pela molecada, e seu sucesso provocou o lançamento do longa-metragem. Pena que a produção seja de uma pobreza e ruindade ímpares, o que põe o filme dos animatronics assassinos entre os piores do ano. Quer ver os motivos?
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TERROR SEM SUSTOS
Five Nights at Freddy’s é um filme de terror, certo? Mas como é que pode uma produção desse gênero não causar sustos, medo e nem um suspensezinho? Pois é, Five Nights não assusta ninguém, o que é fatal para um longa de terror -
ROTEIRO SEM SENTIDO
O roteiro é assinado por Steve Cawthon, que é também o criador do game, e isso é um problema. Cawthon desenvolveu o jogo — parabéns para ele — mas precisa entender que cinema é outra coisa. E, infelizmente, o homem errou feio na versão de sua criação para as telas, e o resultado é um monstrengo sem pé nem cabeça. Há um monte de situações sem sentido nenhum. A maior delas acontece quando o protagonista Mike (Josh Hutcherson) vê os animatronics da pizzaria interagindo com sua irmã e não se surpreende com isso. "Ah, tudo bem, são robôs aparentemente perigosos junto com minha irmãzinha, mas de boa." Na noite seguinte, Josh volta ao estabelecimento em que é segurança — leva de novo a menina — e fica tudo como está. Ninguém pede ajuda, não tentam fugir, acabar com a ameaça. Nadinha. Ok, então -
DIREÇÃO RUIM
Emma Tammi (na foto), a diretora de Five Nights at Freddy’s, não mostrou nenhuma habilidade neste seu trabalho. Tudo bem que o roteiro é sem sentido, mas ela não se esforçou muito para dar alguma coerência à produção. Emma não conseguiu criar um suspense, não há clima de terror, há uma tentativa infrutífera de injetar algum humor, e os atores são pessimamente dirigidos. Quer dizer, a moça não acertou em absolutamente nada; 100% de aproveitamento zero para ela -
ELENCO FRACO
Talvez a única boa coisa de Five Nights at Freddy’s tenha sido trazer de volta a um filme de repercussão a atriz Mary Stuart Masterson, queridinha dos anos 1980 e 1990, que interpreta uma tia meio mal-intencionada. Mas ela não é suficiente para transformar o longa em algo minimamente digno. Em compensação, o filme tem Elizabeth Lail como a policial Vanessa. Elizabeth é a maior canastrona da produção e não convence a gente — ela não convenceria nem sua própria mãe — em momento nenhum de que é uma tira. Chega a impressionar. Josh Hutcherson também compromete e não consegue passar em a real dimensão do drama de seu personagem. E a pequena Piper Rubio, que interpreta Abby, não mostrou nada de muito especial (mas é bem jovem e pode melhorar) -
BURRICE GENERALIZADA
O roteiro é tão ruim, mas tão ruim que faz todos os personagens sofrerem de uma burrice completa. O mais tapado do filme é mesmo Mike (Hutcherson), que já de cara aceita um emprego suspeitíssimo. Depois, não se surpreende com o fato de os animatronics da pizzaria ganharem vida. Ele também continua levando sua irmã ao estabelecimento mesmo sabendo do perigo que está acontecendo ali. A jovem Abby também não acha nem um pouco estranhos os bonecos se movimentando sozinhos pelo salão. Tudo bem, ela deve ter uns 10 anos e o roteiro parece levar em conta sua pouca idade para tirá-la como uma burrinha. Qualquer pessoa com uns 5 anos já se daria conta de que tem algo muito errado ali