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Lilian, que fez sucesso absurdo com ‘Sou Rebelde’, teve até banda de rock

Ela surgiu na Jovem Guarda, numa dupla que tinha com seu irmão, e lançou um hit gigantesco nos anos 80

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Lilian na capa de um de seus discos Divulgação

Sucesso na Jovem Guarda, nos anos 60, ao lado de seu irmão Leno, Lilian — que morreu neste sábado (22) — era uma espécie de namoradinha do Brasil com seu jeito meigo de cantar. Teve alguns sucessos nesta época como Devolva-me e Pobre Menina. Mas seu maior sucesso só viria anos depois, mais precisamente em 1979, quando lançou, em carreira solo, Sou Rebelde.

A canção era uma versão de Soy Rebelde, da cantora espanhola Jeanette, e teve sua letra adaptada para o português por Paulo Coelho. Sim, o escritor famoso que lá atrás foi parceiro de composições de Raul Seixas.

A música, que dizia “sou rebelde porque o mundo quis assim, porque nunca me trataram com amor”, foi um hit gigantesco naquele início de anos 80. Para ajudar, a canção entrou na trilha sonora de uma novela e aí a coisa explodiu de vez. A cantora dizia que o compacto da canção vendeu cerca de 3 milhões de cópias.

Além de tocar muito nas rádios, Lilian também aparecia quase todas as semanas em diversos programas de auditório daquela época. Chacrinha, Bolinha, Barros de Alencar, Hebe, Raul Gil... não escapava ninguém. E todo mundo conhecia e sabia cantar Sou Rebelde. De adultos a crianças, todo mundo sabia de cor a letra.


Com todo este êxito, Lilian ficou totalmente marcada pela música. Nos anos 80, muita gente já nem lembrava direito que ela tinha tido uma dupla com seu irmão e que teve alguns hits na época da Jovem Guarda. E era isso: não tinha como ela fazer um show ou ir a algum programa e não cantar aquela canção tão marcante.

Lilian nunca conseguiu de verdade se livrar daquele hit (provavelmente nem quisesse). E, assim, ficou para o resto da carreira com aquela imagem singela, por vezes meio melancólica que Sou Rebelde trazia.


Mas a cantora era muito mais que isso. Além da fase Jovem Guarda, que muita gente havia esquecido mas que é importantíssima, Lilian também era roqueira. E quase ninguém sabia disso.

Ela gostava de música pesada e teve até uma banda montada em 2008. Se chamava Kynna e tinha também como integrantes Cadu Nolla (marido de Lilian) na bateria e o guitarrista Luiz Carlini, um dos mestres do instrumento no Brasil e que tocou com todo mundo, de Rita Lee a Guilherme Arantes.


Com a banda, Lilian regravou canções de artistas brasileiros, digamos alternativos, como Júpiter Maçã, Wander Windner, Graforreia Xilarmônica, Bidê ou Balde, Autoramas, entre outros.

O disco, chamado Underground, está disponível no Spotify para quem quiser ouvir e conhecer este outro lado de Lilian.

É claro que a cantora será sempre lembrada principalmente por Sou Rebelde, e não tem nada de errado com isso. Mas Lilian era muito mais.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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