Muito além do hit ‘Africa’, Toto mostra toda sua maestria em show lotado em São Paulo
Banda clássica norte-americana é famosa por ter grandes músicos em sua formação
O Toto é aquele tipo de banda que muita gente tem vergonha de assumir que gosta, porque é considerada como sendo “de tiozão” e coisas do tipo. Bobagem. Este rótulo não define o grupo norte-americano formado em 1976, que também é famoso por ter músicos que são mestres em seus instrumentos. Fora os vários hits, claro.
E muitos fãs — desses que se assumem — lotaram o Espaço Unimed, em São Paulo, na noite deste domingo (24), para ver Steve Lukather e sua turma simplesmente arrebentar tocando todos os seus sucessos e outras músicas um pouco menos conhecidas do grande público.
Os integrantes do Toto foram ovacionados assim que pisaram no palco, que aliás era bem simples. Sem telões especiais, vídeos, nada disso. Somente com o logotipo “Toto” grande impresso ao fundo. Sem nada de distração e tudo feito para todos prestarem atenção máxima à música.
A festa começou com Girl Goodbye, uma destas que não é exatamente um hit, mas que os fãs adoram. Um monte de gente cantou junto e já ficou bem feliz vendo Lukather com sua guitarra e chacoalhando a cabeleira inteiramente grisalha. Veio Hold the Line, bem mais conhecida, o que fez o povo cantar com o grupo novamente, dessa vez com mais vontade ainda.
Com extrema simpatia e muito carisma de todos os envolvidos, os músicos foram, aos poucos, mostrando suas habilidades, o que deixava os presentes bem felizes. O Toto é conhecido por ser uma banda que é adorada por outros profissionais da música, tanto é que Lukather, em determinado momento, até perguntou: “temos muitos músicos aqui hoje?”. Um monte de gente levantou a mão.
E a banda não teve nenhum pudor em ser exibida. Puxados pelo guitarrista, todos deram mini showzinhos. Algumas músicas, como Pamela, foi estendida e ganhou uma espécie de jam session. Rolou tema instrumental, com Jake to the Bone, e momentos isolados de cada membro do grupo.
É verdade que tem gente que acha chato esse tipo de coisa, mas realmente não dava para reclamar no caso do Toto. Porque os caras são tão gente fina, simpáticos e bons em seus instrumentos que ninguém queria que terminasse.
A primeira canção da noite que causou um frisson foi I’ll Be Over You, um dos grandes hits da banda. Causou uma pequena comoção nos fãs.
Lá pelo meio do show, o grupo tocou ainda dois covers. O primeiro foi Little Wing, de Jimi Hendrix, que teve um show de solos de guitarra de Lukather. A outra versão veio com A Little Help From My Friends, dos Beatles.
A apresentação da banda, aquela hora em que os membros têm seus nomes chamados, foi divertido. Como dito mais acima, os integrantes são todos grandes músicos e, por isso mesmo, já tocaram em vários discos de outros artistas. Assim, vão surgindo trechinhos dos trabalhos que alguns ali fizeram no passado e aí ouvimos uma partezinha de Beat It (Michael Jackson), The Power of Love (Huey Lewis and the News) e até de Hakuna Matata (O Rei Leão).
Depois de cada um da banda dar seu show particular, a apresentação se encaminha para o final e aí vieram os dois maiores sucessos do Toto: Rosanna e a indefectível Africa. Esta última teve uma versão estendida, afinal o encerramento tinha mesmo de ser épico. E foi.
Ao fim do show, era fácil de ouvir um monte de gente falando “pqp, que show”, “os caras são bons mesmo”, “maravilhoso” e por aí foi.
Ninguém nem reclamou de não ter bis.
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