P.A., do RPM, quase morreu em 1988, num avião rumo a Los Angeles
Baterista abusava um pouco do álcool e drogas e quase não conseguiu concluir a viagem aos Estados Unidos para mixar o terceiro álbum da banda
Odair Braz Jr|Do R7

Paulo Antonio Pagni, o famoso P.A., baterista do RPM, que morreu neste sábado (22), foi, possivelmente, o integrante mais kamikaze da banda. O grupo vendeu milhões de discos no meio dos anos 80 e virou uma febre nacional. Com isso, os integrantes, cheios de grana e sendo paparicados por todo mundo, tinham qualquer coisa que quisessem. E uma das coisas que apareceram aos montes foram drogas.
Nesse quesito, P.A. abusou e muito. E também é fato que ele bebia bastante nessa época. E, por conta de todo esse excesso, o baterista quase morreu uma vez, dentro de um avião com destino a Los Angeles.
A viagem aconteceu quando o RPM foi para a cidade americana mixar seu terceiro disco, no início de 1988. No voo estavam apenas dois integrantes da banda: P.A. e o vocalista Paulo Ricardo. Com o avião ainda sobrevoando a América do Sul, o baterista começou a passar mal. Sentia muitas dores e tinha a nítida sensação de que iria morrer. Paulo Ricardo fez o que pode para tentar ajudar seu companheiro de banda, mas a situação parecia bem grave. Tanto é que chegou a ser cogitado fazer uma escala no Peru, para que P.A. pudesse ir para um hospital.

Mesmo com muitas dores, P.A. conseguiu resistir e chegou vivo a Los Angeles, onde Paulo Ricardo o internou imediatamente no hospital Cedars Sinai, aquele famoso onde Michael Jackson morreu. Segundo os médicos, P.A. teve uma pancreatite, problema grave que pode ser causado justamente por excesso de álcool.
Essa história foi contada pela jornalista Ana Maria Bahiana, numa edição da revista Bizz, também de 1988, contando a história da mixagem desse terceiro álbum do RPM. Nessa matéria, Paulo Ricardo conta que dizia para P.A., dentro do avião, resistir e aguentar a dor, porque “ele não ia querer morrer no Peru. Espera para morrer em Los Angeles, que tem muito mais glamour”, contou o vocalista em tom bem-humorado.
Já devidamente tratado, P.A. continuou sua vida e carreira ao longo das décadas seguintes. Ora no RPM, ora solo, mas sempre se dedicando à música.