Primeira exibição do filme sobre Elvis Presley vira festa e emociona fãs brasileiros
Longa estreia em 14 de julho no país, mas já empolga e deixa felizes os admiradores do cantor americano
Odair Braz Jr|Do R7
Coincidência ou não, a primeira exibição da cinebiografia Elvis no Brasil aconteceu no mesmo dia — 5 de julho — em que o cantor gravou profissionalmente pela primeira vez, em 1954, na sessão em que saiu a música That’s All Right (Mama), considerada um marco do rock and roll. Para os admiradores do músico, a noite desta terça foi igualmente histórica, já que puderam ver, finalmente, seu ídolo máximo na telona.
A pré-estreia aconteceu numa rede de cinemas num shopping da zona sul de São Paulo e o local foi preparado para receber os elvismaníacos. Havia pôsteres do cantor espalhados em todas as paredes, um letreiro enorme com o nome do músico para tirar fotos, um outro estande para gravar os fãs com uma câmera giratória, entre outras atrações.
No evento, a Warner, distribuidora do filme no Brasil, reuniu fãs hardcore de Elvis. Álvaro Martins, conhecido como Elvinho, é um artista que faz tributo ao cantor — na categoria que é mais conhecida como de impersonators — e apareceu para conferir o longa-metragem. “O filme foi um prêmio para nós, fãs que, ao longo dos anos, vimos muitas biografias. E essa fechou com chave de ouro. Foi um trabalho muito bonito, muito emocionante. Eu só vivi algo assim quando fui para Graceland [a casa do cantor, nos EUA]. É muito forte! E a gente sai com aquele sentimento ‘que pena’. Ele poderia estar aí”, disse.
Walteir Terciani, presidente da Gang Elvis, um dos mais antigos fãs-clubes de Presley no Brasil, também foi ver o filme em primeira mão e se emocionou: “Gostei muito do jeito como a história é contada e de como o elenco se porta. E tinha muita coisa que eu desconhecia e que estou achando espetacular estar vindo à tona agora, desmistificando uma série de coisas”. Walteir, como dito acima, é um fã de longa data do Elvis e é daqueles que vão para Memphis, cidade em que o cantor vivia, praticamente todos os anos. Então, a opinião dele é muito importante, já que conhece bem a trajetória do músico.
Um outro fã conhecido na comunidade elvística é Laerte Machado, que também faz parte de fã-clube há muitos anos e diz que ficou bastante impressionado com o longa: “Eu sempre duvidei muito que pudessem fazer uma biografia assim do Elvis e acho que o filme aborda aquilo que realmente interessa. O Austin [Butler] está impecável, Tom Hanks impecável, a direção é impecável. E o que me alegrou muito é que traz o Elvis para as novas gerações. Acho que Elvis é um artista atemporal”.
MAS E O FILME?
Bem, como deu para perceber pelas declarações de superfãs, Elvis faz jus à trajetória do cantor. O longa é, de fato, a primeira cinebiografia do músico. Ele teve algumas outras biografias após sua morte, mas todas feitas para TV e, por isso, geralmente com baixo orçamento, o que refletia na qualidade. Assim, quase sempre os resultados foram sofríveis, coisa que mudou agora com este filme que teve bastante investimento — por volta de US$ 85 milhões —, um diretor conceituado (Baz Luhrmann) e ainda a escalação de um ator capaz de interpretar Elvis com naturalidade e sem parecer forçado.
Com seu filme, Luhrmann busca traduzir para as novas gerações quem foi Presley e a história toda é contada pela ótica do Coronel Parker, polêmico empresário do cantor.
O filme traz, sem dúvida, uma visão positiva do cantor, o que deixará fãs das antigas felizes e despertará a simpatia de quem vai conhecer Elvis apenas agora. Aguarde aqui na coluna uma crítica detalhada sobre a produção.
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