'Rio', melhor disco do Duran Duran, completa 40 anos; veja 5 curiosidades

Sabe aquele tipo de disco que acaba definindo a década? Então, Rio, segundo álbum do Duran Duran e que completa 40 anos nesta terça (10), é exatamente assim. O disco, lançado no dia 10 de maio de 1982, é, para muitos, o melhor trabalho da banda inglesa e também o responsável por tornar o Duran Duran um sucesso mundial.

Vários elementos foram responsáveis por fazer de Rio um êxito total: o design icônico da capa, os clipes exóticos, as supermodelos nos vídeos, o visual dos integrantes da banda e, claro, a música. O Duran Duran havia estreado em 1981 com o disco que leva o nome do grupo e que rendeu alguns hits. O primeiro álbum também deu lampejos de quem era o DD, mas não escancarou tudo, o que veio a acontecer mesmo em Rio.

As canções do álbum são icônicas e viraram clássicos oitentistas para ninguém pôr defeito. As mais conhecidas são Rio, Hungry Like the Wolf, New Religion e Save a Prayer. Mas as outras que sobram — My Own Way, Lonely in Your Nightmare, Hold Back the Rain, Last Chance on Stairway e The Chauffer — não podem ser desconsideradas de jeito nenhum e estão até hoje entre as mais queridas pelos fãs, além de sempre serem tocadas nos shows.

Todas as faixas partem do synth-pop (ou technopop), gênero que fazia parte da chamada New Wave e que o Duran Duran dominava como poucos. Tanto que mesmo fazendo este som, como centenas de outros grupos, conseguia se distinguir por conta do bom gosto de seu tecladista Nick Rhodes. As músicas desse álbum também têm muita guitarra, o que confere a elas um certo peso rock'n'roll que tornava as canções do DD diferentes daquelas de outras bandas do gênero. E o baixo funk (não carioca, veja bem) de John Taylor é outro ponto alto. O vocalista Simon Le Bon também coloca sua marca nas músicas, e tudo isso junto fazia o público saber que quem estava ali era o Duran Duran, e não um dos 4.784 grupos ingleses que estavam tomando as rádios e as pistas de dança com o famigerado synth-pop.

Fora toda a excelência do disco — cujo título não era uma homenagem ao Rio de Janeiro —, pop ao extremo, o Duran Duran foi a banda que melhor soube usar a MTV naquela primeira metade dos anos 80. Os clipes glamourosos, superproduzidos, cheios de cores, em lugares exóticos e com a presença de supermodelos se tornaram marcas registradas do grupo. Eram produções muito caprichadas, com orçamento alto e feitas para grudar na retina do público que assistia sem parar à TV musical.

A estética dos clipes do Duran Duran acabou se espalhando por toda parte: filmes, quadrinhos, TV, séries etc. Não que o visual tenha sido criado nos vídeos da banda, mas foi o lugar que mais se apropriou e espalhou o estilo. O responsável por isso foi o diretor Russell Mulcahy, que comandou os clipes de My Own Way, Lonely in Your Nightmare, Save a Prayer, Rio e Hungry Like the Wolf, todas deste segundo disco.

Com Rio, a banda atingiu a sexta posição de álbuns mais vendidos da Billboard e também frequentou o Top 10 inglês e o Top 20 americano com Hungry Like the Wolf e Save a Prayer, respectivamente. Em pouco menos de um ano, o disco já havia vendido mais de 2 milhões de cópias e transformado o Duran Duran numa mania mundial.

O engraçado disso é que a crítica especializada não curtiu nada o disco. Os principais jornais e revistas falaram mal da banda e das músicas, com muitos escrevendo que o som não tinha consistência, que tudo ali era fruto de um modismo passageiro e que os integrantes estavam mais preocupados com seus visuais e penteados, o que, nesse último caso, nem é tão mentira assim.

Bom, não dá para acertar todas, né? O fato é que, 40 anos depois, Rio é um clássico do pop rock mundial incontestável que tem de ser ouvido obrigatoriamente por quem pretende entender a história da música do século 20 para cá.

Veja cinco curiosidades sobre o álbum:

* O “Rio”, que dá nome ao álbum e a uma música, não se refere ao Rio de Janeiro. Na letra da canção diz “from mountains in the North down to the Rio Grande”. O rio Grande divide os Estados Unidos do México. Além disso, a banda já disse que “Rio” é uma metáfora para os Estados Unidos.

* Após o lançamento de Rio e com o sucesso atingido pelo grupo, a princesa Diana declarou que o Duran Duran era sua banda favorita.

* O êxito alcançado pela banda fez com que a imprensa local passasse a chamá-los de Fab Five. Só lembrando que os Beatles foram os Fab Four.

* Rio não fez sucesso imediatamente nos Estados Unidos. Para se dar bem do outro lado do oceano, a gravadora remixou o disco com o DJ David Kershenbaum, que deixou as músicas com uma pegada mais dançante. Assim, o LP foi relançado em novembro de 1982 e, com uma boa promoção (inclusive na MTV, com os clipes), as coisas começaram a mudar.

* Já estourado nos Estados Unidos com Rio, o Duran Duran fez uma sessão de autógrafos numa loja na Times Square, em Manhattan. Segundo descrição de Nick Rhodes, o tecladista, a coisa toda virou uma verdadeira beatlemania. A banda não podia sair do local, que teve que ser cercado pela polícia.