Sabia que tem gente apoiando a expulsão de Frejat do palco pela equipe de Lenny Kravitz?
Músico brasileiro teve o som desligado quando tocava a última música de sua apresentação
Você deve ter lido sobre esta história no fim de semana. No sábado (23), Frejat fez o show de abertura para Lenny Kravitz, no estádio do Palmeiras. Tudo ia bem, com o ex-Barão Vermelho apresentando seus muitos hits, com a banda e também da carreira solo. Quando estava tocando sua última música da noite, a clássica Pro Dia Nascer Feliz, eis que o som desaparece. A banda continua tocando, mas não se ouve o som dos instrumentos (a não ser o da bateria).
Houve um momento de perplexidade, sem ninguém entender direito o que estava rolando, mas aí todo mundo percebeu que o som do palco foi simplesmente desligado.
Frejat tinha uma hora para se apresentar e o show acabaria às 20h30. O som sumiu às 20h33, quando faltava cerca de um minuto para finalizar a música. Com total falta de respeito por Frejat e, acima de tudo, com o público que estava presente, alguém da produção de Kravitz decidiu expulsar o brasileiro e sua banda do palco. Atitude totalmente desnecessária e arrogante, certo?
É, mas parece que muita gente não acha isso, não. É só dar uma passada pelas redes sociais para ler comentários como “se ele estourou o tempo tinha mais é que ser expulso mesmo”, “isso aconteceu porque não respeitou o contrato”, “o Lenny Kravitz está certo”.
Bom, não dá nem para saber ao certo se Lenny estava a par do que acontecia no palco e também não dá para dizer que a ordem para cortar o som partiu dele. Certamente foi alguém de sua produção quem decidiu tomar a atitude. Não necessariamente o músico americano.
Expulsar e maltratar artistas brasileiros era um prática meio comum em festivais ou abrindo para artistas gringos. Se fez muito isso no Rock in Rio, principalmente. Músicos daqui já foram impedidos de usar todo o palco, tiveram de tocar com volume de som baixo, impedidos de usar a iluminação, entre outras humilhações.
Para os artistas estrangeiros, tudo: todas as possibilidades de palco, som tinindo e até podiam se atrasar o quanto fosse. Duas, três horas? Ah, o público espera.
Certo, e os gringos não podem esperar cerca de um minuto para a música acabar? Fala sério!
De uns anos para cá, as produções dos festivais começaram a tratar melhor os músicos brasileiros. E todo mundo achava que este tipo de prática predatória já tivesse acabado. Só que não, né?!
E ter gente, brasileiros, do público mesmo, que apoia esta prática é apenas lamentável. Para dizer o mínimo. É muita síndrome de vira-lata.
Lenny Kravitz — mesmo que não tenha nada a ver com o assunto — e sua produção devem um pedido de desculpas a Roberto Frejat, um dos músicos mais respeitados e queridos do Brasil.
É o mínimo.
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