O triste caso da morte da cineasta Halyna Hutchins, em razão de um disparo acidental feito por Alec Baldwin no set de filmagem de Rust, nos chama a atenção para algo importantíssimo: não há mais necessidade de usar armas de fogo reais para fazer um filme.
Utilizar uma arma real com munição modificada — sem o projétil — é coisa corriqueira nas produções de Hollywood, e isso é muito impressionante. É impressionante saber que isso acontece corriqueiramente por lá porque não há mais justificativa para isso. A morte de Halyna, causada por um tiro acidental, não foi o primeiro caso do tipo em Hollywood. Todo mundo se lembrou da morte de Brandon Lee, em 1993 – ele foi a óbito também depois de ser atingido por uma bala real, durante as filmagens de O Corvo.
É óbvio que, naquela época, início dos anos 90, era bem comum a utilização de armas de verdade com munição modificada. Os efeitos especiais não eram tão evoluídos quanto os que existem hoje em dia, e essas armas eram também um jeito barato de criar as cenas de disparos. Pois é, mas alguém esqueceu uma única bala real, e deu no que deu.
Atualmente, com todos os efeitos moderníssimos criados por computador, não é mais aceitável que as pessoas no set de filmagem corram um risco desse tipo. A tecnologia está aí para ser usada, e criar um efeito de disparo de revólver é algo que se faz com muita facilidade, e de um jeito relativamente barato.
Ainda que Rust, o novo filme de Baldwin, seja uma produção menor, com orçamento mais modesto, é perfeitamente possível utilizar efeitos especiais de tiros. Mais do que possível, é necessário. Como dito acima, é fácil de fazer, e qualquer biboca de esquina de Los Angeles é capaz de criar um efeito desse tipo.
Usar uma arma real num set de filmagem é algo que depende de uma pessoa da produção que cuida exclusivamente disso. E, como você pode imaginar, se há um ser humano envolvido, há também alguma chance de algo dar errado.
Com Halyna e com Baldwin, deu.