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Carros incendiados e queda nas ações: a Tesla de Elon Musk enfrenta seu pior mês

Montadora viu suas vendas despencarem em mercados importantes, e donos de veículos da marca serem hostilizados nos Estados Unidos

Tela Azul|Filipe SiqueiraOpens in new window

Veículos da Tesla estão sendo alvos de coquetéis molotov nos Estados Unidos Reprodução/Arquivo Pessoal/Edith Parker e Ediel Ruiz (via Bakersfield Now)

Elon Musk agora é uma figura extremamente poderosa do governo dos Estados Unidos, capaz de dissolver agências inteiras, acessar dados secretos e mudar o orçamento aprovado pelo Congresso do país. Mas sua fortuna pode enfrentar problemas nos próximos meses.

Nunca é demais lembrar que Musk é o homem mais rico do mundo, mas possui menos ativos financeiros do que o título dá a entender. Boa parte de sua fortuna está ligada às ações que possui da Tesla, hipervalorizadas há anos, uma vez que a empresa já foi sinônimo de carros elétricos antes da chegada de concorrentes como a Volvo e a BYD.

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Então, manter a Tesla valorizada é fundamental para ele permanecer multibilionário e poderoso. Mas sua atuação política divisiva à frente do já infame DOGE (Departamento de Eficiência Governamental) pode causar estragos em sua fortuna.

Queda livre

Em primeiro lugar, as vendas dos carros da empresa estão em queda alarmante — em mercados como Alemanha, China, França e Austrália. Só na Austrália, a queda nas vendas de fevereiro foi de 70% em relação ao mesmo período do ano passado.


Na sexta-feira (7), a queda nas ações da Tesla passou dos 4%, o que fez os papeis da empresa chegarem quase a 50% da máxima histórica de preços — em 17 de dezembro o preço da ação da empresa era de US$ 479 e agora chegaram a US$ 253.

Essa barreira é considerada perigosa para empresas valorizadas, principalmente levando em conta que em fevereiro as ações da montadora registraram sua maior queda histórica.


A queda vertiginosa nos preços é um reflexo do declínio das vendas. Em janeiro, a empresa vendeu 45% menos veículos na Europa do que no mesmo período do ano passado. Isso depois de presenciar uma queda de 13% nas vendas no mercado europeu em 2024.

O mesmo ocorre na China, com tombos de 49,2%, um índice alarmante para qualquer empresa. Ao mesmo tempo, a concorrente BYD comemorou crescimento de 90% nas vendas no mercado interno.


Coquetéis molotov

Ativistas individuais e grupos também estão atacando carros e propriedades da empresa. Em um dos casos mais conhecidos, um homem de 41 anos foi indiciado por portar coquetéis molotov perto de uma concessionária da empresa, em Salem, no Oregon.

Adam Matthew Lansky foi acusado “de posse ilegal de um dispositivo destrutivo não registrado”. Ele é suspeito de atirar coquetéis do tipo na mesma concessionária, em 20 de janeiro.

Homem é acusado de jogar coquetéis molotov em concessionária da Tesla Reprodução/Vídeo/Fox12 Oregon

“Imagens de vigilância obtidas da concessionária de carros pareciam mostrar Lansky jogando coquetéis molotov que atingiram um prédio da concessionária e vários veículos, causando incêndios”, afirma a promotoria.

Não foi um caso isolado. Em Nova Orleans, durante um desfile carnavalesco, foliões jogaram latas de cerveja, pedras e detritos de entulho em uma Cybertruck, a picape esquisita da Tesla.

Swastikar gets bombarded at Mardi Gras
byu/funksonme inPublicFreakout

Segundo o site Gizmodo, uma das janelas do veículo — que deveria ser à prova de balas — foi destruída pelos objetos. O motorista terminou por sair da rota do desfile e ir embora sob proteção da polícia.

“Se você acha que agredir minha esposa e vandalizar nosso Cybertruck vai nos persuadir a aderir às suas visões anti-Elon ou anti-Tesla, você está redondamente enganado”, escreveu Josh Hazel, na rede social X.

As ações levaram grupos de donos de Tesla a criar apelos ao Congresso em busca de medidas para conter a destruição e o assédio.

“Os proprietários [de veículos da Tesla] estão enfrentando ameaças físicas, vandalismo e intimidação simplesmente por causa de sua escolha de veículo. Reportagens mostram estações de carregamento da Tesla sendo queimadas, centros de serviço vandalizados e veículos da empresa sendo pintados com spray ou danificados de outra forma”, escreveu Mike Miller em um grupo de donos de carros da empresa.

Os atos de vandalismo e violência demonstram que o futuro da montadora pode estar sob algum risco, enquanto Elon ainda não demonstrou se importar até o momento. Mas talvez devesse, uma vez que compradores da marca começaram a vender seus carros — muitas vezes por preços abaixo do mercado — já que estão sendo hostilizados, principalmente após o bilionário fazer um gesto com muitas semelhanças às saudações nazifascistas.

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