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Enquanto os EUA se despedem do TikTok, novo app chinês faz sucesso estrondoso

Suprema Corte faz última análise de lei que vai banir o aplicativo chinês do mercado norte-americano

Tela Azul|Filipe SiqueiraOpens in new window

Lei dos EUA baniu TikTok do país Flickr/Nordskov Media - Imagem em Domínio Público

Em um tom entre o divertido e o melancólico, os norte-americanos estão aproveitando o que podem ser os últimos dias de uso do TikTok, uma das redes sociais de maior sucesso dos últimos anos. Uma lei aprovada no Congresso do país proíbe o app de continuar funcionando no país se não for vendido pela chinesa ByteDance, e deve entrar em vigor no dia 19 — um dia antes da posse de Donald Trump como presidente do país.

A data tem um motivo, uma vez que Trump já sinalizou que gostaria de manter o app funcionando no país, embora não tenha informado como.

Antes das decisões jurídicas, usuários começam a migrar para um novo app chinês com funções similares ao do TikTok. Trata-se do RedNote, que chegou ao topo da lista de aplicativos da App Store. Segundo o jornal The Guardian, 700 mil novos usuários criaram conta na plataforma nos últimos dois dias, com 200% de aumento nos downloads nos EUA, em relação à semana passada.

O RedNote surgiu em 2013, inicialmente focado em comércio online. Mas logo virou uma espécie de Instagram, com vídeos curtos, fotos e texto, e diferentes feeds para seguir. Em julho do ano passado, a rede social contabilizava 300 milhões de usuários ativos. Seu foco no momento são posts sobre moda, viagens e maquiagem.


A chegada de “refugiados norte-americanos” criou uma série de interações improváveis entre chineses e moradores dos EUA. Em uma delas, uma usuária pediu ajuda com lições de inglês e viralizou

Além do RedNote, o Lemon8, um app de estilo de vida também de propriedade da ByteDance, é outro que figura entre os mais baixados em lojas de aplicativos dos Estados Unidos. De uma forma resumida, pode ser classificado como uma mistura de Instagram e Pinterest.


Como ambos são de propriedade chinesa, podem ser banidos pela mesma lei que deve proibir o TikTok no país.

Ao mesmo tempo, tiktokers em tom de brincadeira dão adeus ao seu “espião chinês pessoal”, com vídeos em que agradecem ao aplicativo por anos de feeds divertidos. Alguns chegaram a dizer palavras em chinês na despedida, que ganharam milhões de visualizações e milhares de comentários.


Em um dos vídeos, uma usuária até canta em chinês na despedida.

@cool_cammy

i’m gonna miss my chinese spy 🥲

♬ original sound - cool_cammy

Parece realmente ser o fim — e as grandes redes sociais dos Estados Unidos talvez não ganhem muitos usuários com o banimento do TikTok no país, como essas primeiras despedidas mostram.

Batalha nos tribunais

No momento, a Suprema Corte do país analisa adiar ou anular a lei, chamada Lei de Proteção dos Americanos contra Aplicativos Controlados por Adversários Estrangeiros, que encerra as operações da rede social no país, considerada uma ameaça à segurança nacional do país.

Antes da Suprema Corte, um tribunal de apelações rejeitou um recurso da ByteDance para que a lei fosse adiada, o que aponta que os próximos dias serão dramáticos para a empresa e todos os usuários que lamentarão a saída do app do país.

Surgiu até o boato de que o aplicativo poderia ser vendido para Elon Musk, o que foi classificado como “pura ficção” pela ByteDance. Faz sentido, uma vez que Musk está profundamente entranhado na nova administração do país e não se mostrou o melhor administrador possível de uma rede social.

Todo o tipo de “juridiquês” tende a ser complexo, ainda mais nos EUA, um país que tem uma classe gigantesca de advogados e diversos presidentes formados em escola de direito de elite. Em resumo, analistas ouvidos pela revista Bloomberg e o site The Verge apontam que as chances da ByteDance reverter a lei, mesmo temporariamente, é bem pequena.

Em parte porque a legislação também aponta o dedo para as big techs, que podem ser multadas em US$ 5 mil por cada usuário que acessar o TikTok em sua loja de aplicativos. É muito dinheiro em jogo para arriscar, mesmo com o possível apoio de Donald Trump. Alguns deles também dizem que a legislação é um tanto nebulosa e coloca em risco outros aplicativos chineses, como os gigantes de comércio eletrônico, como Shein e Temu.

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