‘Mercado brasileiro cresceu, mas ainda tem desafios’, diz empresa que lança jogos de tabuleiro de videogames famosos
CapyCat Games lançou no Brasil adaptações das franquias Assassin’s Creed e Apex Legends
Imagina jogar com seus amigos aventuras personalizadas de Apex Legends e Assassin’s Creed. Não em um ambiente eletrônico, mas em um jogo de mesa. Esse é o trabalho da empresa brasileira CapyCat Games, especialista em RPGs de mesa e jogos de tabuleiro.
Entre seus principais lançamentos, estão juntamente adaptações “analógicas” de franquias famosas dos videogames, além de jogos próprios, como Skyfall RPG e Wilderfeast, um RPG que mistura monstros e culinária.
A CapyCat Games possui mais de cinco anos de atuação no mercado, e tem essa trajetória coroada por uma série de campanhas bem-sucedidas na plataforma de financiamento coletivo Catarse, onde garantiu diversos lançamentos. O sucesso, inclusive, mostra como o Brasil se tornou um mercado importante de board games. Mas isso não esconde os desafios de publicar jogos do tipo.
“É verdade que o Brasil tem mostrado um crescimento considerável no mercado de board games, no entanto, ainda enfrenta alguns desafios, como altos custos de produção e importação, e também falta uma cultura de jogos de mesa tão difundida como em outros países. Mas, sem dúvida, o público brasileiro tem se mostrado cada vez mais receptivo e apaixonado por esses produtos, o que nos faz acreditar que o setor tem potencial para se consolidar ainda mais nos próximos anos”, afirma Sílvia Sala, diretora da CapyCat Games, em entrevista ao blog.
O sucesso abriu a possibilidade de criar um RPG de mesa de uma das maiores franquias de games do planeta: Assassin’s Creed. No jogo, brasileiros podem adaptar a complexa trama centenária da série para a realidade do nosso país, com elementos da nossa cultura e história — algo bastante pedido para os fãs da série.
“Em Assassin’s Creed, sempre há um equilíbrio entre história e ficção, e o Brasil, com suas lendas, figuras históricas e paisagens marcantes, oferece um cenário perfeito para isso. Essa identificação local não só enriquece a experiência de jogo, mas também desperta uma conexão mais profunda com a história do país, o que acreditamos que pode ser um diferencial atrativo para o público brasileiro”, afirma Sílvia.
O jogo foi um sucesso absoluto no Catarse, e arrecadou mais de R$ 100 mil, uma quantia bem acima da meta inicial de R$ 10 mil — o lançamento está previsto para abril de 2025. Os criadores do jogo de tabuleiro se preocuparam em adaptar o ritmo e o brilho da franquia, com sua narrativa aprofundada e elementos históricos.
“Nos games da série, um dos pontos fortes é a eliminação de alvos específicos, e o combate em si não é muito complexo. O foco está mais no porquê de eliminar um alvo e na forma como isso acontece, do que na quantidade de dano causado. Da mesma forma, no RPG, o foco principal é a narrativa, refletindo o espírito da franquia digital”, explica a diretora da CapyCat Games.
Além de Assassin’s Creed, a empresa também trará para o Brasil um board game de Apex Legends, outra das séries mais populares do mundo. Aqui o foco é na tática e no combate entre times, como no game.
“Trabalhamos em parceria com a desenvolvedora do board game, a polonesa Glass Cannon Unpluged para respeitar a essência e a identidade do universo do jogo digital também na versão brasileira, localizada por nós. Desde a tradução e adaptação cultural dos elementos até o trabalho com produção e logística, cada etapa exigiu cuidado”, revela Sílvia, que detalhou que a resposta do público até o momento “tem sido ótima”.
Os planos para o futuro da empresa envolvem focar nessa intersecção entre games e jogos de tabuleiro, quase como experiências complementares. Outras adaptações de videogames devem chegar em breve.
“Vamos trazer novos board games baseados em grandes jogos de videogame, como Don’t Starve e Dying Light, ambos desenvolvidos pela Glass Cannon Unplugged e localizados pela CapyCat Games. Esses títulos refletem nossa missão de trazer experiências únicas e autênticas para o público brasileiro”, completa Sílvia Sala.