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‘Piratas de varanda’: ladrões de pacotes de entrega se tornam dor de cabeça para autoridades

Gangues usam informação privilegiada e códigos de rastreio para roubar compras valiosas, como iPhones novinhos

Tela Azul|Filipe SiqueiraOpens in new window

'Piratas de varanda' se tornaram uma dor de cabeça para varejistas dos Estados Unidos Reprodução/Arquivo Pessoal/Cory Grubbs

Um espectro cada vez maior ronda os compradores dos Estados Unidos — o espectro dos “piratas de varanda”. Quadrilhas do tipo esperam entregadores de grandes varejistas, como a Amazon, deixarem pacotes na residência de clientes e os roubam rapidamente.

Nas versões mais sofisticadas do crime, os ladrões têm acesso a números de rastreio das compras mais caras, principalmente iPhones. O problema crescente foi relatado a fundo em outubro, em uma matéria do Wall Street Journal, que revelou que as quadrilhas conseguem informações privilegiadas de compras feitas em operadoras de telefonia dos EUA, como a AT&T e Verizon.

Segundo a matéria, alguns até usam uniformes de entregadores para invadir propriedades sem atrair suspeitas e roubar os smartphones.

O alvo principal da atual onda de roubos de varanda é a AT&T, que não exige assinaturas de comprovação de entrega. Em um dos casos relatados, cinco iPhones da mesma família foram roubados minutos após a entrega, como imagens de câmera de segurança mostraram.


“De tempos em tempos, precisamos lidar com criminosos sofisticados tentando roubar itens de alto valor, e entendemos o quão frustrante e estressante isso pode ser para nossos clientes”, disse um representante da AT&T ao jornal.

A operadora também afirmou não ter encontrado evidências de hack ou vazamento de informações de códigos de rastreio, o que aumenta as suspeitas de que funcionários estejam fornecendo os dados de entrega para criminosos.


Em setembro, policiais prenderam uma dupla de adolescentes que alugou um carro e passou horas rondando vizinhanças de Houston, no Texas, enquanto roubavam alguns iPhone 16. Detenções do tipo foram registradas também em estados como o Tennessee e Massachusetts.

A conta já começou a chegar aos clientes, uma vez que varejistas começaram a adicionar taxas de seguro para envio de compras. A Torso, marca de produtos de beleza e cuidado pessoal, tomou a medida de exigir um seguro obrigatório de entrega após calcular que 30% de seus pacotes marcados como entregues não eram recebidos pelos clientes.


Mesmo algumas das empresas que deixam o seguro como opcional informaram aos clientes que não enviaram novos pacotes em caso de extravio ou roubo.

Como o Brasil é um país que teme muito mais o roubo de encomendas que os Estados Unidos, parece difícil que piratas de varanda ajam em larga escala por aqui. Temos golpes mais irritantes para nos preocupar.

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